domingo, 27 de dezembro de 2015

O sangue já chega à rua e numa indeferença a que não reconheço levantas o pé para não molhares o tacão dos teus saltos altos, essas andas que mais te parecem deixar-te num pedestal que levantarem-te as nádegas nesse voluptuoso caminhar sexy que me deixa sempre arrepiado... continuo a contemplar-te e perco-me na poça escarlate que foge na tua direcção. O invólucro e recipiente deste liquido rubro jaz já inerte e nem paraste para o ver ou auxiliar apesar de ter sido parte da tua vida passada... é isso mesmo... faz parte do passado...
Livre finalmente deste grilhão que me prendia ao mundo fisico, perscruto a tua alma, e continuo nesta demanda em que me sinto eternamente preso a ti como se a tua energia alimentasse o meu voô... como se não existisse sem ti... agora que o que é aceite ou não pela sociedade pouco ou nada me influencia... permaneço o mesmo e os meus desejos escuros e mais sombrios visualizam nosso reencontro etéreo e eterno e como que num desabafo, desejo que morras para te juntares a mim, mas rapidamente esse pensamento é substituido pelo rubor altivo do amor que reprime esse devaneio e instinto recalcado do ciume, do desejo... do egoísmo... se te desejo...? Sei-o com tanta segurança que nem sei passá-lo para palavras...
Nisto o carro continua e os salpicos que o pneu manda na tua direcção ao passar por ti acertam-te ilogicamente e por fortuidade no peito do pé, mesmo na abertura dos teus saltos altos e de repente... reconheces-me... a tua pele sabe que já fomos um e aceita o resquicío do meu antigo ser agora desprovido de vida e acção... de cima, vejo-te a procurar a fonte que originou esse riacho de amor manchado, esse perfume de vida morta que inebria e gera repulsa...
Cambaleio no meu voô por cima do teu ombro quando te vejo ajoelhar na poça... e reparo que alguém bate violentamente no meu peito e ainda por cima do ombro o meu peito começa a ganhar cor e a palidez que é de todo incomum em mim começa a dar lugar a um tom natural... o sangue começa a fluir ao contrário e no toque da tua mão na minha face sou puxado com tamanha violência com o ultimo soco no peito que inspiro violentamente e me levanto para tomar ar apenas para ser empurrado para o chão novamente para te ouvir dizer....
Não te levantes... tiveste um acidente, mas eu estou aqui... e nunca mais daqui vou sair...!
Esboço um sorriso ainda a ver a minha pinga de sangue no teu pé embelecido pelo sapato que tão elegante te faz as curvas das pernas e desejo-te ainda mais... quero-te ainda mais... e com medo de fechar os olhos para não mais te ver ao os abrir... deixo o sorriso ser completo para te poder dizer... a minha vida és tu... espero que queiras fazer parte disto... antes de cair num sono profundo e dormir...


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Pai...

Hoje, como sempre que cá venho...
Fui ler-te e perdi o amor à água salgada...
Hoje, posso dizer que tenho...
Uma saudade deveras exacerbada.

Foste tu que me ensinaste a cuidar,
E me ensinaste tantas outras coisas...
Como em vida as pessoas apreciar,
Ou como construir minhas prosas.

Foste e sempre serás meu protector,
E apesar de por isso teres lutado,
Sei que tomaste em ti tamanha dor...
Que te moldou um bom bocado.

A distância a que a vida obrigou,
Foi mais que desnecessária, foi cruel.
Fez de mim grande parte de quem sou,
Sou o teu filho que te adora, o Miguel.

Como te digo meu coração pesa,
Quando não te posso ver ou consultar...
Até o teu corpo a cinza leva,
Custa não te poder visitar.

Mas carrego-te sempre comigo,
Nos valores, genética e moral...
Vais no meu coração bem protegido,
Até já tatuei o teu animal.








Já corremos outros montes e vales mas nada como o que se nos apresenta... com as pernas cansadas e o fôlego morto mudamos as vontades imediatas ao olhar para o objectivo... mas forçamos caminho... pé ante pé galgamos centimetros que irão fazer kilometros quando combinados e em cada inspiração deste ar rarefeito temos de nos convencer que fazemos o correcto, que todos os objectivos devem ser alcançados... almejamos que quando os concretizemos, que algo prodigioso se revelará mas sabemos que normalmente nada do que é esperado realmente acontece e a desilusão e desespero instalam-se antes de traçarmos um novo objectivo onde nos convencemos que será de todo diferente do último... muitas vezes nos sentamos para recuperar o ar que não nos chega na travessia e o objectivo distancia-se... de cada vez que baixamos a guarda não sei se é o tempo ou qualquer outro interveniente na história, como a própria vida que não espera por ninguém, certo é que tudo se complica... quando nos sentamos para descansar nunca nos apetece voltar a caminhar a não ser que a ansiedade tome conta de nós e ainda tenhamos aquele fogo que lentamente vai crepitando e alimentando a chama que incendia o desejo de sentir essa concretização, de atingir essa meta proposta.

My baby shot me down....

Escrevi-te outra vez... e no negrume da minha alma procurei encontrar qualquer esperança de resposta... a ferrugem da adaga que carrego neste coração áspero está lentamente a contaminar este invólucro de nada sem ti... a dualidade dos meus pensamentos... do que poderias tu dar importância ou não, é reflectida nas minhas acções tão perdidas de emoção como de sentido e assim me quedo nesta passividade do não incomodar... do não correr atrás... de mostrar que continuo confiante quando o que é realmente verdade é que tenho medo de não te ter mais, de nunca mais sentir o amor... de nunca mais sofrer pelo amor... as portas com o tempo ficam mais longe e o meu alcance cada vez mais se reduz na falta de luz deste corredor de escolhas e decisões... sou cada vez mais um nada, um alguém que já existiu em toda a sua glória mas que rapidamente se desvaneceu no que lhe foi intrinsecamente educado como aceite ou não... e que posso eu fazer?

domingo, 20 de dezembro de 2015

Hoje acordei com o teu cheiro...
Sonhei com a tua pele.
Com o toque sublime dos teus lábios
E o encontro dos meus neles.

Revivi o passado por capitulos
E mesmo assim não cheguei a nenhuma conclusão.
A sensação de ser água doce em mar salgado
Deriva neste sentimento de solidão.

Mas ao menos recordo em sonhos,
Aquela plenitude que durou segundos...
Seremos sempre o que somos,
Vivendo em diferentes mundos.

A nostalgia abre forma de sentir o passado,
Mesmo sem o desejar recorro a ti...
Como olhar para ti me fazia sorrir despreocupado,
E este sentimento que ficou desde ti... aqui... assim...


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Tenho pensado em ti...
Não todos os dias como já foi...
Mas tenho pensado em ti.

Tenho uma imagem fixa a que recorro...
De tua face angelical...
Que me acalma quando preciso de socorro.

Já não tenho o teu calor.
Esse partiu noutra direcção...
E levou consigo qualquer emoção.

Mesmo assim penso em ti...
Penso em tudo o que poderia ter sido.
E porquê é que ficou tudo assim.

Nem sei dizer porque me acalmas este ardor...
Ou porque ainda penso em ti...
Se calhar nem tudo foi com teu calor,
E eu não deveria estar a escrever assim...

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sabes como olho para ti?
Olho com a ruga do sorriso a formar...
A ternura mostra-se em mim...
E o calor começa a dominar...

Pouco a pouco, como num recital, os pelos saúdam-te...
E a par e par tomam turnos em vénias na minha nuca, na coluna...
Os arrepios que se acumulam ao teu toque,
Soltam o fogo que te anseia, te procura e deseja.

Sabes como olho para ti?
Infelizmente num discorrer de fotografias...
Agora que te afastaste numa vontade longinqua.
E ainda hoje recorro ao sabor que me sabias...

Sabes que mesmo assim te procuro...
Num sonho que não controlo, onde não tenho vontade...
Pois é sempre um sonho frio e escuro,
E assim permanece até te encontrar minha metade.

Que brilhar tão forte que me deixa invisual por segundos,
Que irradias nesse porte delicado e sempre tão comedido...
Imagem que me alegra e conforta, nesses segundos em que nada mais há...
Cega-me com a tua luz num golpe final e deixa-me sentir de uma vez por todas...

Pois aqui me quedo com o peito aberto e oferecido,
Neste momento que é só nosso e onde a intimidade manda...
Que se lixe o que já senti ou o medo agora esquecido...
Pois espero essa sensação com vontade e sem trama.

O alcatrão faz o percurso longinquo parecer mais curto,
Mas se o que quero é apenas ver-te basta-me fechar os olhos...
E as imagens que estão coladas no firmamento dos meus olhos fechados são tuas...
Pena é que eu queira tanto mais, sempre sem saber se queres de todo...

Sou alma inconstante na tua busca,
Procuro e anseio num desejo ardente mares tempestuosos,
E com as vagas a assolarem-me tu continuas fugidia,
Como areia na minha mão, quanto mais aperto mais me escapas pelos dedos...

E no cair do pano...
Quando tudo o que há é escuro e triste,
Surges tu, num raio invisivel que afasta a escuridão e me faz sorrir,
Surges tu e a escuridão desvanece como o nevoeiro indesejado...
Os primeiros traços foram feitos...
Como as paredes mestras de nossa casa.
Carregados de intenção, mas imperfeitos,
Espaços vagos onde é só colorir e arrasa.
Vincados, são impossiveis de apagar...
Como uma parede mestra derrubar.
São eles que limitam as fronteiras...
Que vamos cruzar de tantas maneiras.
Parece que tudo está de alguma forma,
A convergir para as nossas necessidades.
E o rumo que a vida toma,
Não é mais que o reflexo das nossas vontades.

Os braços estão pesados...
Os corpos cansados.
A corrida acabou...
Mas o suor ficou...
Como se a vida me tivesse sido roubada,
Caio no chão, alma inanimada.
A porta bateu...
O que era, morreu!
Ainda estou prostado no chão...
Agarrado ao peito...
Levaste contigo meu coração...
Maltratado e sem jeito.
As palavras que me disseste,
Foram grilhões nos meus pulsos...
Mas deve ter sido o que sentiste,
Em discursos muito confusos.
Carregaste tanto a minha alma de culpa,
Que nem a cabeça consigo levantar...
Deve ser teu ponto de vista que deturpa,
O quanto estavas a falhar.
Hoje em silêncio,
Quando antes havia som...
Caminhei pé ante pé...
Pelos montes da minha vida,
Pisei as silvas e estevas.
E levantei sempre a cabeça...
De tanto caminhar pelos meus montes,
Avistei o mar e sua beleza.
Lá ao longe parecia o calor fazer pontes,
E pensei que havia de ser de sua leveza...
Mas o calor também por aqui anda,
Os medronhos não me deixam mentir.
Lá em baixo na varanda...
Consigo enxergar-te a sorrir...
Recebemos o sol no seu esplendor,
E agradecemos pela sua visita.
É como o sol o nosso amor,
Até a distância um do outro irrita.
As pontes à distância não desvanecem...
E o sol continua a aquecer.
Agora só com o por do sol é que desvanecem...
Não queres cá vir comigo ver...?

O silêncio nunca o é...
Num terreno como o meu...
Pois neste terreno há fé...
Que queiras que seja teu.
Os pássaros anunciam o raiar,
E eu digo-te o quanto te quero amar.
Neste dia solarento de Novembro,
É assim que te lembro...!

Já me habituei a estar sozinho,
Ou pelo menos assim quero pensar.
A verdade é que sem ti definho...
E são estas letras que ficam a me amparar.
Mas quando sozinho estou...
Habitas meu coração...
Não sei que fazer ou para onde vou,
Ou como lidar com esta sensação...
Sou como tartaruga sem carapaça,
Sou alma morta que disfarça...
Saco vazio que ao vento voa...
Sem próposito nem direcção boa.

Continuo a procurar em mim as respostas,
Continuo a introspecção a que obriga.
Mas minha cabeça dá tantas e tantas voltas...
Que nem eu sei já que diga.
Quanto mais olho para mim mais vejo para trás.
Quanto mais me leio mais sinto tua presença.
E bem sei o mal que esta história me faz...
Pois só eu sinto o peso desta sentença.
Mas como não posso correr atrás da felicidade?
E de que realmente importa o que se fez no passado?
Querem ver que há aqui um limite de idade...
Num corpo ainda novo mas bem conturbado.



Será este sonho possivel?
Nunca o seria sem vossa ajuda...
Neste mundo tão dificil,
Pode ser que haja algo que muda.

O sonho é sempre o mesmo...
Quando não sonho contigo!
Se acordo fico enfermo,
E passo um dia mais sofrido...

Pois no sonho escrevi,
Um livro inteiro só para ti.
E houve quem o quisesse publicar,
Identificou-se no que te estava a contar...

As palavras saiam doces...
Como veludo escorregavam.
Ao fundo gargalhada dos moces,
Na dança nossos corpos já suavam.

Os versos foram-se formando,
O livro foi-se compondo.
Tu foste-te embora andando...
Enquanto me quedei no chão redondo.

Pensei e pensei...
Escrevi milhares de letras...
Mas nada trazia o teu perfume...
Nada me deixava sentir-te como antes...
Até porque não estavas aqui.
O livro ficou inacabado mas...
Como qualquer um de nós...
Inacabado!
Houve alturas em que as letras não fluiram,
E foram forçadas em catarse...
As palavras carregadas de emoção e sensação...
Não eram bonitas nem traziam sorrisos.
Mas ainda assim... ajudaram-me!
Facilitaram o processo de digestão que dizem o amor ter...
Mas como poderei digerir algo que me incomoda que me diz que falta algo...
Como poderei lidar com a tua ausência quando...
A tua ausência é a causa da minha infelicidade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Meus beijos percorrem-te...
As mãos... parece que deslizam...
Nossos sons envolvem-te...
Será que hoje fez calor?
Liberto um suspiro no teu ouvido...
E mesmo mal conseguido...
Tu sabes... o nosso olhar é cruzado!
E o tremor invade!
Os arrepios sucedem-se...
Outros sons impedem-se...
Cada toque dos teus lábios molhados...
Levam-me à estratosfera e tu ris-te...
Nesse beijos exacerbados...
Veio o teu arrepio sentiste?
Os suores frios vieram comigo de casa.
Disso não me surpreendo.
Mas donde vem esta brasa?
Que tem vindo aquecendo...
As garras não me relaxaram...
E assim que me agarraram.
Só me quis entregar,
Só me quis esquecer de tudo o resto...
Não era eu... nem eras tu...
Mas nós ardiamos...
As tuas unhas ficaram cravadas...
Meus dentes rangiam de prazer.
Nossas almas estavam alteradas,
Pelo que estávamos a fazer...
Dançavam num ritmo latino,
E nós rebolávamos sem querer saber.
Ai como eu te deveria esquecer...
Mas para isso não precisarei de querer...?

Não sei porquê mas ainda hoje a tua luz irradia desde que exististe na minha vida e reflecte-se no dia de hoje e no de amanhã e no de todos os dias que virão...

As memórias invadem a minha intimidade...
São poucos os momentos em que consigo estar verdadeiramente sozinho...
E nunca o estou... são os mesmos pensamentos, são as mesmas imagens...
Recordas quando te dizia que tinha a tua foto colada na parte de dentro das pálpebras?
É mais ou menos assim que me sinto... nesse meu suposto "descanso".


O cheiro a mar...
O barulho das vagas...
O teu paladar...
As minhas chagas...
Como desejei acordar ao teu lado...
Como me sentia apaixonado.
A vida tinha outras idéias,
E na verdade nós também...
Cada um preso em suas teias.
E com medo de ir mais além...
Chorei eu, choraste tu...
Vivemos desastres imprevistos.
Nesta vida que tudo processa a crú.
Construimos casas de xistos...
Pedra sobre pedra começámos...
Até o primeiro muro tombar.
Acho que foi aí que notámos...
Que só com pedras não ia chegar.
Tentei agarrar-te a mão e confortar...
Dizer que há mais muros para levantar.
Mas tu viste melhor que eu sem dúvida...
E agiste de forma súbita...

Mesmo assim ainda hoje como escrevo,
O quanto fiquei contigo aqui dentro...
Não sei se devia ou mereço...
Mas carrego-te sempre aqui ao centro.

Mas como me lembro da tua pele,
Dos doces sons da cama...
Dos teus lábios de mel,
Ou da tua cara de trama.

Dos filmes que não chegavam ao fim,
Da doçura do teu olhar.
Como me queria sentir outra vez assim...
Mas sei que isso não vai dar.

Sentia a pele a levantar o cabelo...
Na antecipação de estar contigo.
E em nós não havia fraco elo...
Senão o nosso passado vivido.

Como me deixava dormir,
A contemplar as tuas pestanas...
Ou como me fazias sorrir,
A fechar as persianas...

Aquela sensação de plenitude,
Nem que seja por instantes.
É como se eu tivesse tudo...
Entregue aos teus romances.



domingo, 25 de outubro de 2015

Um passo atrás...
A perspectiva muda.
Um novo olhar,
Na mesma direcção.
Um passo atrás,
Quando tudo recua.
Algo a alterar,
Mesma situação.
A cabeça cai...
O corpo inerte.
A vontade já foi,
Em rumo incerto.
Mas algo há...
Que cria alegria.
Mas se for para já...
Onde está a magia?


domingo, 18 de outubro de 2015

O refugio é duro,
As frases frias...
Deste ser puro,
Sorriso merecias.
A história não é convincente,
Os detalhes sórdidos...
Penso que estou demente,
Teus são esses desejos mórbidos.
Abro o olhar,
Perscruto o horizonte...
Se um dia voltarei a amar...
Haverá ainda água na fonte?
Neste pára arranca que se arrasta,
Sou actor mudo ou cineasta...
Não sou autor ou escritor da peça,
Sou eu e só isso não basta.

Abro meu peito cada vez que me vejo em alguém...
E ignoro tudo o que já me aconteceu.
Mas não sou só eu, és tu também...
Nessa relação em que um coração morreu.

Depois passo dias a coser os bocados,
Os dias tornam-se em semanas e meses...
Até sarar os pontos e ambos os lados.
Enquanto me esqueces...

Darkness is taking over again,
Slowly it creeps in and takes my will...
Darkness is here my friend.
Please just hug me and stay still.

The memories like knives...
Remind me where the scars are.
My head in a bee hive,
And still you're not close you're far.

Indiference is something painful,
But so is regret!
Will you ever talk to me again...
Or should I just forget?

I'm not someone who is special,
I'm not looking for your full attention.
I'm just trying to make the most,
Of your stupid invention.

But now I look back,
Blue skies and warm seas,
I left them all for you...
Wet grass and dark clouds,
Were traded into.


Hoje vou ler Fernando Pessoa...
E mergulhar nas suas letras.
Mas atenção que é Fernando Pessoa...
E não aquelas pessoas que tu inventas.

Vou estudar esse teu distanciamento,
Essa falta de sensação...
Pois eu só invento,
Quando se trata de tomar a vida na mão.

Sou abalado por sentimentos,
Que não me deixam ver o horizonte.
E é nesses breves momentos,
Que não te enxergo no monte.

O destino da minha ambição...
Em planos mentais delineados.
O escrutínio do amor vs razão,
Em espíritos tão vincados.

Vou ler Fernando Pessoa,
Vou ver se aprendo...
Sei que vou andar um pouco à toa,
Mas se for devagar... entendo!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015


O bater das ondas como que me enfeitiça...
Meus sonhos perdem-se no ritmo em que elas quebram na areia.
Batem sem cuidado, como quem cobiça...
Mas é disto que tenho na veia...
O mar acalma estas minhas vontades,
E sua cor no luar, preenche minha ambição.
Quando não conseguir admirar sua beleza...
É porque ficou em gelo este meu coração.
E me entreguei por fim à tristeza.

Quando as vagas vêm rolando pelo horizonte,
E as nuvens em turbulência empurradas pelo vento.
A areia começa a deixar sua cor no mar como as searas no monte.
A superfície do mar está pintada com areia sem alento...
Assim como eu quando fico na chuva a admirar o mar.
É isto que eu quero mesmo contemplar...
É aqui que eu desejo rir, chorar, entristecer... amar!

Quando é que as coisas mudam e com que motivo?
É que sempre quis o mesmo mas nunca fui atrás do que queria...
Note to self: Face your fears!!! LIVE YOUR DREAMS!!!!

sábado, 10 de outubro de 2015

O pavio ardeu...
As palavras que ainda me consomem...
Fazem-me sentir amargo.
A história morreu!
O silêncio destruiu a certeza...
Tudo num desespero de tempo largo.
Fechámos capítulos...
Somos mais do que éramos!
Mas as letras... que contem a história.
Tivemos uma ideia...
Abandonar a aldeia!
De mão dada seguimos...
Fomos devagar e sem saber...
Mas éramos dois...
Tu a minha mão direita,
Eu, a tua esquerda.
Tomámos carinho no colo um do outro,
E as saudades foram mais levianas...
Mas tudo muda!
Nem precisa de motivo por vezes...
Mas tudo muda!
As palavras arrefeciam quando o tempo aquecia...
Os sorrisos ficaram fechados nessa caixa,
E meus esforços ou tentativas de os soltar,
Foram em vão... ficaram presos no gelo que te circundava.
Ainda tentei novamente...
Mas histórias não têm finais felizes...
Isso são os contos de encantar.
Meu local de eleição era mesmo ao teu lado...
Mas tudo muda!
Regressei à aldeia...
Já não havia a minha alcateia!
Tudo mudou...
A lua vestiu-se de preto para me receber,
E na sua escuridão encontrei-me...
Sem recurso à luz, entrego-me no teu abraço...
E por instantes estive bem.
Fechei os olhos finalmente sem te ver a ti apesar de secretamente ainda o desejar...
Sou pouco do que já fui!
Mas serei novamente...
Hoje, já procurei o meu passado com vontade...
Hoje, já arrisquei tudo e fiquei sem nada...
Mas hoje, também já comecei a pavimentar a estrada onde vou caminhar...
E por muito que sinta, escolho não mudar...

domingo, 4 de outubro de 2015

So...

The artwork of our life
Has turned dark in a hurry...
Maybe when you felt as a wife,
Looking back, the past's blurry.

We flew over the borders,
Your head in my shoulder...
So much like our formers,
Maybe a lit bit older.

There's no point to precise,
Or to point fingers for blame...
Maybe I've just realized,
That without you, nothing will ever be the same.

Now the sketches don't even come close,
To our details, our bright colors.
Not one of our drawings compares to those...
When we could care less about others.

Our song is not yet complete,
Our chorus is merely a beat.
The lyrics are strong not discreet,
Won't you please come over and have a seat?

Let's please investigate where we went wrong...
The time, the will...
Was it our song?

All has lost it's color...
The sky, the ocean, my mother.
Until today, I wonder where and how you are...
Will it ever heal this scar?

Eleições 2015

Que se foda o que se espera...
Quem são esses e que querem?
São Reis quando o povo desespera,
E assim como aparecem, desaparecem.

E nós que vivemos nesta ansiedade,
Conseguir viver aqui ou mudar de cidade?
Quando todos os dias temos de comprar pão,
E nunca temos nem mais um tostão.

Procuro trabalho, não emprego...
Mas trabalho que dê para minha família criar,
E não para andar aqui a definhar...
Não procuro nenhum sossego!

Sou tuga e digo-o com orgulho,
Fomos capitães de Abril e de naus...
Hoje somos monte de lixo e entulho,
Movidos a medo da Europa e dos seus paus.

Será que já não chega desta merda?
Quando é que podemos dizer não?
A ver se é desta que acerta...
Senão perco a fé em qualquer eleição...

sábado, 3 de outubro de 2015

Existe revolta aqui... cada vez que inspiro sinto isso... não estou contente... com algo... talvez com as consequências dos meus actos... talvez com a facilidade que tive em deixar tanta coisa boa para trás. E com a dificuldade que tenho agora de não ter o que tive... o que demorei a alcançar... e com o facto de ter de olhar para trás em nostalgia e não querer agarrar o presente...
O futuro precipita-se em dia que aparece sem avisar atrás de outro dia... em que olho para o calendário e pergunto onde ficaram as semanas e como é que quinta vem a seguir ao domingo...
Diz-se que quando a diversão é muita que não damos pelas horas a passar... no entanto, as horas passam rápido porque eu ando embrenhado nos meus pensamentos, completamente indiferente ao que se passa à minha volta, sorrio e converso, mas intimamente guardo lá bem no fundo, o arquivo aberto dos ficheiros que analiso... que revejo e revisito numa procura de luz, verdade mesmo que seja unilateral(facto)... este arquivo aberto impede-me de entrar verdadeiramente numa conversa e consequentemente dar a minha opinião ou tentar argumentá-la em sua defesa... Sinto-me preso numa letargia, numa dormência acordada mas quase que em piloto automático... Já joguei as mãos aos comandos, mas nada quiseram de mim... Vou voltar a fazê-lo amanha logo pela manhã, com o meu amigo Otis Redding a gritar, vou calçar a luvas de cabedal e agarrar nos comandos a cantar com ele...

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Já não chega...?

Com tudo o que a sociedade faz...
E tudo o que passa na televisão.
Refugiados que procuram paz,
Ou um caloiro exagerado no final do verão.

Olhamos para onde em busca de um futuro...
Quando o verão se vai embora?
Quando o futuro aqui é duro...
E se lembra tempos de outrora.

As eleições são já em Outubro,
Pode ser que algo mude...
Neste Portugal em recobro,
Que o primeiro-ministro seja mudo!

As mentiras já começaram a circular...
As promessas andam de mão em mão...
Os refugiados vêem cá parar...
Enquanto eu para trabalhar terei de ir para o Japão.

Mas a sociedade e a vida global,
Não são mais que uma ovelha clonada, normal!
Nos percursos delimitados por outros,
Andamos com as palas, nem cavalos, mas potros.

Dia após dia, sempre a levantar a cabeça,
De olhar para o chão sempre a ver se vê uma carteira...
Ou a achar uma razão para que se esqueça...
As palavras predestinadas da parteira.

"Rico filho cheio de saúde,
A ver se vai para o estrangeiro..."
Repetidas em miúdo,
Destino que se revelou verdadeiro...



quinta-feira, 24 de setembro de 2015

That's it... that's all!!!

Somos um saco de recordações antigas, recortes de jornal e bilhetes contorcidos de terem ido à máquina ou à água num ou noutro mergulho mais descuidado, pulseiras de festivais, polaroids, rótulos de garrafas e desenhos. Chegamos ao final do dia e o que acharmos (nesse dia) que vale a pena lá estar, vai para dentro do saco. Este saco... vamos carregar a nossa vida toda... Nisto, fazemos decisões levianas e julgamos mal... como sempre iremos fazer sem conseguir enxergar o cenário todo mas sim aquele que se nos aparece em frente dos olhos apenas. O tempo passa... o saco enche... e mais à frente... encontramos alguém que nos pergunta se somos o Pai Natal...? O estranho não é o saco que carregas nem o seu tamanho... o estranho é esse olhar que te perscruta enquanto como se numa via rápida estivesse e que te acerta mesmo no ponto frágil e sensível que tu sabes que carregas sem sequer perguntar onde está o saco que essa pessoa deveria carregar... sim, porque se ele não anda contigo e se o pudeste deixar em casa... é porque está demasiado carregado para andares com ele e isso mostra muito mais... somos o que somos! Sem vergonhas, sem lamurias, sem tremores de ter errado... sou tudo aquilo que fiz que me levou até este ponto, do qual... não posso verdadeiramente criticar, porque estou contente... não com o que consegui... mas quem sou! E em todas as escolhas em que tive discernimento suficiente para jogar para dentro do saco as memórias que carrego e que me marcaram.

Não vou continuar a olhar para trás a pensar o que poderia ter sido... vou olhar para a frente e esperar que venha o que vier... que venha com mais garra, que venha com mais vontade, que venha com mais amor, que venha... que venha sempre e todos os dias, mas que venha...

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Por vezes,
As histórias permanecem...
O ponto final que julgávamos seguro,
Transforma-se em virgula...
A história passa a presente.
O parágrafo é repetitivo,
A escrita é conhecida...
E a dor que tive,
É sentida e revivida...
Mas o conto já terminou,
E com ele levou toda a magia...
Já fez mossa, já acabou.
Não vale pensar no que poderia.
Então porque o pesar?
E as recordações presentes...
Quando já tudo estava digerido...
Foi o processo interrompido...
Foi mais um dia surpreendido...
Mas e porque é que se sente tanto?
Porque é que se tem obrigatoriamente de dar tanta atenção...
A estes sentimentos primordiais...


Como o ser humano se esquece,
Das coisas que fez...
Pode ser a dor ou alegria que aparece,
Ao lembrar uma certa vez...

Muito ou pouco tempo em assuntos do coração,
O que é para um, para outro é ilusão...
Mas que o tempo continua a correr não há duvida...
Até aparecer tamanha surpresa subita.

Até o tempo parar no imediato,
E os ponteiros insistirem em se demorar...
Será que consigo ser sensato...?
E aproveitar este tempo devagar?

As saudades que me inebriam,
Fazem-me sonhar em demasia...
E é nestes sonhos que arrepiam,
Que me perco como que por magia.

O toque da tua pele,
A tua respiração...
Teus beijos de mel,
Ou a nossa emoção...

O silencio que se estende,
Não nos deixa saber um do outro...
Até quase se comprende,
Esta sensação de vida morto.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A distância não pára o pensamento...
Nem as actividades paralelas um objectivo...
E depois de ter presenciado mais um casamento...
Olho para todas as relações que tive...

Os problemas que se formam aqui no meu silêncio...
São fruto de demasiado tempo sem amor ou sem carinho...
E este virar de direção para perscrutar o passado...
Não me ajuda nada nem me coloca de volta no meu caminho...

As fotos ainda estão na parte de dentro das pálpebras...
E cada vez que fecho os olhos sorrio...
Mas depois vêem as recordações das nossas fricções...
E como tanto quisemos magoar nossos corações.

Que havemos nós de fazer?
Quando as palavras já não querem correr...?
Como posso eu continuar a conjurar...
Novas formas para te falar...?
Se de ti nada parte na minha direcção...
Já devia imaginar que fui eu que criei esta situação...

domingo, 9 de agosto de 2015

Estão carregadas...
Infligem dor ao não sair.
Estão bem pesadas...
E por isso já não consigo rir.
Tudo o que era deixou de ser...
E tudo o que poderia,
Já não vai acontecer.
Pelo menos neste dia...

Como se carregam elas próprias...
Enquanto se escondem dentro de mim.
Dos pensamentos mais solitários e desesperantes...
Em retrospectiva de ações passadas e presentes.
Até as pontas dos dedos me doem de escrever tal tema,
Das palavras demasiado carregadas...
Mas têem de sair, seja talvez minha teima,
Estas palavras tristes e vincadas.

Podem não entender o que querem dizer...
Mas o que interessa e seu propósito estão cumpridos.
São letras ao acaso mas que em mim me ferem o querer,
Podem não dissipar mas criar mal entendidos.
Quando tudo o que têem de fazer é aliviar.
São extensão do que sinto,
Certificação da sensação, é a roda que se mostra a chiar .
É a vida que nunca vai parar de girar,
Sou eu que não consigo evitar...
De sentir que a vida é injusta e ingrata,
Que é inconveniente e chata .
Que coloca impecilhos e poucas soluções...
Num caminho já de si sinuoso e turtuoso...
Numa complicação de emoções.




segunda-feira, 22 de junho de 2015

Primeiro estranha-se... depois... vomita-se... fodasse! Solsticio todo a chover, dia a seguir sempre a chover... nao admira que estes cacetes fiquem maravilhados com Portugal... chove todos os cabroes dos dias fodasse! Soh me apetece mandar isto tudo po' ca£*%&$o...

Enfim... mais saturado que isto nao sei se consigo estar...

Meu rico Portugal...

segunda-feira, 25 de maio de 2015

So many minutes on the bus, the train, the subway...
While life is slowly taken from my smile.
I move and shall keep moving forward always...
To consider something that I thought I had for a while.

They say it's almost cherry time...
And look up at the trees to justify.
Ahead I can see the clouds hovering...
And question what cherry time implies.

It's so cold in May... How can it be so?
Back home I would be complaining...
It would be too hot for the places I had to go.
But slowly the cold gets in crawling...

And the smile is just a memory.
And the sleep is a stubborn agony.
Cause I always search for your smell in bed...
Alone, remembering the words you said.

But the memories flash when my eyes are shut...
And the tastes come to me in my sleep.
Until the alarm brakes the action in a cut...
And I notice my wet pillow from my weep.

domingo, 24 de maio de 2015

United Kingdom...?

Would you read me if the letters where in the sand?
Could you interpret sentences which never end?
Although I may write on crooked lines...
I mostly write about our sweet sorrow lives.

Do you need to read to know what I say?
When my soul is entangled to yours sailing away...
Can you not read my facial expressions?
Or perhaps accept my simple directions...?

I'm facing the sunset of another chapter,
Yet, on this one I found no laughter...
I might be sad and gloomy I hate to admit...
But I'll be even sadder if I decide to quit.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Here goes...

I've been here since the 5th of March.
Within this time, I haven't written anything in English other than for my professional goals, for my training, for my "pseudo" career.

I'm slowly growing in knowledge, I'm rapidly shrinking in own value and in having fun. But I think most people around me are dying even faster than I am.... cause that's exactly what it is... if you're not growing within... you're dying within... there is no money whatsoever that can make me feel how I feel when I am with my friends, having a cold beer after surfing for 3 hours with our trunks only, when Giga is in the sand digging holes for ladies to fall in and with Ana by my side challenging me for a volleyball match. No MONEY in the world!

What is life after all?
There has been many discussions over this matter... I will be honest with you all... YES, we DO WORK TOO MUCH!!! YES, we DO NOT VALUE the best things in LIFE!!! YES, in THINKING ABOUT OUR KIDS TOO MUCH, we THINK OF OURSELVES TOO LITTLE!!!
YEs, yes, yes, yes.... unfortunately, if you're brave enough to ask the RIGHT questions with no filters, then YES is probably the answer you will hear the most.
Regarding the kids part, some of you might say that I don't even have kids...! True! But if I didn't want to have a bunch of them... I wouldn't have left my comfort zone...! I would and could continue to live my precious LITTLE life which pleased me much more than the life I have now. Again, no weight on my shoulders as I want to be a parent and this is a necessary step for me, not only because I always wanted to try to do this but on a different country, and also because I could not create the proper opportunities for any son of mine like the ones I've had. And in my opinion, I have to at least give the same opportunities I've had to him/her.

I write in pain and anguish....! I'm Portuguese with pride! If anybody asks me where to go... I ALWAYS say, Portugal! If you have the money to live here.... you have the money to live there in luxury. If the flight is cheap.... everything is cheaper there than here.... weather is good, beaches are perfect, people are friendly... what are you waiting for? Go visit the country where most people left from because it's beautiful to visit but its a motherfucker to live in.
I write in anguish and pain...! I'm a sad Portuguese who is sicken by the all present clouds in this shitty country, by the attitude, by the way people think they are more than some one else, by the distance that separates me and my warm caring loving hometown, where I know the bartender, the local singer, the restaurant owner, the cleaner, the garbage man, the car washer, the pump operator, the fisherman, the lazy bastard who doesn't do anything, the workaholic who cant leave the airport, the haters, who hate their job but they survive because it's what allows their life in the Algarve. I miss my mum and her embrace...! And why is this...? Because the Euro and the politics which led us to the Euro, sank our already corrupted country into the depths of the German pockets, making it more expensive to live, to enjoy and to survive in Portugal, but made it cheaper everywhere else where the weather is shit, where people are shit, where jobs are abundant because there is not much more to do since its always raining all the time.

I wish I could... just go back home.
I can...! I could... But I wont!
I'll show these guys what my value is and I will give it a year, maybe two... to go back to my beloved home country, to my beloved city that I love so much. With so much more than money... so much cultural and economic input will certainly give me better opportunities... but not in Portugal! So... what am I doing again...? To which purpose....?
Where should I bring up my kids... ohhh well.... maybe on my second attempt to write in English... :-)
Oh marinheiros de parca fé,
Chega a borrasca que afoga as velas...
E queriam ficar vocês aqui todos de pé,
Enquanto estas vagas merecem selas...
Sejam domadores e não domados!
E que sejam estas vagas cavalos alados.
Que a espuma do mar nos carregue às costas,
E nunca defraude nossas metas impostas.
Somos lusitanos de verdadeiro sangue vivo,
A provar que o sal do mar nos é preciso.
Ainda este povo de canoas se deslocava,
Já dobrávamos cabos e gigantes a nós se ajoelhavam.
Trazemos neste espírito indomável,
Uma força enorme, uma vida saudável.
E mostraremos a quem for que peça...
Que não somos povo que tropeça,
Que somos movidos por forças maiores,
E nunca demovidos por quaisquer temores.
Somos verdadeira alma trovejante,
Que não espera mas entra galopante.

sábado, 14 de março de 2015

Como é que morre a alma?
Como é que é suposto antecipando a sua morte manter a calma?

As palavras não são nada,
É o tempo o carrasco da mesma...

Preferia não saber do que ter conhecido tanta mágoa...
E em vez de cerveja ter bebido água...

Hoje já não é dia 13, sexta feira...
Hoje, mesmo sábado não é dia de lanzeira...

Os minutos continuam a passar,
Mesmo sem te ter aqui, ou tendo... Continuo a definhar...

Encaracolo-me no que penso ser certo,
E refúgio–me neste espaço que sem ti se torna incerto...

Fazes tudo o que sempre quiseste...
E se alguma vez fui importante para ti... Só tu soubeste!

Mas terei de como o Eddie adivinhar?
Perguntar se é comigo que queres estar?

Não, já não consigo nem tenho forças....
Quando tudo o que te peço é que me ouças.

Cansei de remar numa direção,
Enquanto contrasto com a vontade do teu coração...

Vai e se livre, não te prendas em mim...
Se não te sou suficiente, há-de haver alguém que veja tal aqui.

Pois se as palavras não chegam nem os actos interessam...
Também não interessam meus beijos e o que carregam.

O certo é que ninguém me pode seguramente julgar,
O quanto te quero, ou te quis amar...

Os pensamentos invadem e relembram outra história....
Uma que não gosto de lembrar, mas que não me foge à memória.

Uma de plenitude, mesmo por instantes....
Podes ficar onde estas, que eles entram de rompante.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Último dia...
É o meu último dia no aeroporto de Faro este ano...
Mas levanta-se a dualidade último/primeiro.
Será que a chita quando libertada de um cativeiro para a savana também considera que foi seu último dia de cativeiro, ou que sente que é o primeiro dia em que não há vedações ou humanos para a guiarem... em que a liberdade se instala juntamente com tantas outras questões que a devem assolar... território, alimento, procriação... Assim que se encontra em terreno aberto, perscruta o horizonte e deixa-se guiar por sua bussola interior estabelecendo prioridades.
Assim farei eu... com os olhos bem assentes onde quero chegar vou tentar ter esse escrutinio, espero que seja o correcto e que me impeça de tomar decisões erradas...

Vou-me afastar de tudo o que mais gosto... mas para sobreviver assim, a contar os tostões, a antecipar o fim do mês, sem ter sequer uma pequena luz ao fim do tunel que me alimente a chama de viver em Portugal... não vejo saídas, não vejo sequer trabalhos extra que alguém consiga desempenhar de maneira a melhorar de facto a qualidade de vida... talvez esteja a mentir... eu sei que há familias a sobreviverem com  pouco mais de 500€ por mês e eu ganho mais que isso sozinho... no entanto, não sei se é o desejo de concretização ou simplesmente a ambição de poder fazer mais do que faço... ajudo passageiros mas no fim de contas escrevo o que me vai na alma enquanto trabalho no balcão de aeroporto... o que deve representar uma de duas coisas... ou a minha escrita apenas me soa bem a mim e na realidade não é nada de extraordinário ou então não tenho mesmo assim muito para fazer o que me permite concentrar-me e focar-me nas palavras e na sua ordem...

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O que é o amor...?
O que é a sensação de plenitude que temos no sorriso de outrém..?
Será o amor aquele esgar quando abrimos os olhos e contemplamos quem está ao nosso lado...?
Será que quando acordamos, apenas para beijar com quem estamos e segredar-lhes ao ouvido... "amo-te!" que isso conta como amor ou apenas satisfazemos a nossa necessidade de amar...?
Será o arrepiar que tentamos sempre contrariar mas que acaba sempre por vencer num beijo inocente no pescoço?
Será aquele buraco que carregamos quando percorremos sozinhos os caminhos que não podem ser partilhados, mas que nos dão a impressão de andarmos sem parte de nós?
Será que o amor pode mesmo ser quantificado? E se assim for... será mesmo amor?

Ambicionamos esse momento... muitas vezes fantasiamos com o que poderá ser... e quando acontece, se não começarmos a ouvir os foguetes e a sentir o ardor a percorrer cada centimetro da nossa pele, não defraudamos as expectativas por não acontecer... ao invés, criamos esse desejo com tanta força que mesmo que não se sinta mais que o contacto fisico, fantasia-se faiscas e relampagos, borboletas e arrepios... a mente ordena e o corpo responde

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Na expectativa de crescer,
Na ansiedade de fazer dinheiro...
Quando o que quero é viver...
E arrepia o valor verdadeiro,
Sou alma corrompida,
Sou navio da emoção...
Sou deriva intrépida,
Sem saber dizer não...
 
Conto os segundos, conto os minutos...
Antecipo as letras e o que me trazem,
Enquanto os pavios ficam curtos...
Na luz ténue que as velas fazem.
Passeio o pincél na tinta,
E borro tudo o que tinha já feito...
Sei que é dificil que ela me sinta,
Nesta minha tentativa sem jeito.
 
Mas continuo a procurar...
Até porque não consigo noutra coisa pensar.
Uma forma de te conseguir fazer entender,
O quanto te quero, num dia perceber.
Apercebendo-me das rasteiras,
Que a vida nos leva a pensar que não há...
É mais uma de muitas maneiras,
De te deixar a pensar como será...
 
Como será que tudo se vai passar?
Quando num dia há tempestade e no outro há bonança...
Será que vai chegar amor ou saber amar?
Ou que devemos abandonar a esperança...?
Não largo este sentimento que carrego livremente,
Desde que na verdade te conheci...
Podes até ser presença ausente,
Mas nada vai mudar o que senti!
 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Antecipação...

O que corre aqui,
São memórias perdidas...
E vivo assim,
Nas entrelinhas sentidas.
As palavras que são ditas,
Nunca voltam atrás...
E enquanto me irritas,
O tempo não as traz.

Mas se achas que a distância,
É algo necessário...
Recordas de certeza a infância,
E deves achar-me ordinário.
Serei eu o elo inferior...?
Ou mesmo que não seja...
É necessário tamanha dor...?
Nesta alma que te deseja...

Sem duvida que a situação,
É algo preocupante...
Até porque sinto a emoção,
Só de falar, a entrar de rompante.
Mas se somos capazes de tanto,
Ou de tão pouco..
O que fazemos entretanto,
Não faz de mim louco.

Deveriamos correr de mãos dadas,
Sempre a olhar para a frente...
Não ficar com esperanças defraudadas,
Por causa de diferente gente.
Somos água e sal,
Em correntes fortes...
No fim, somos igual,
Em riachos tortos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Ansiedade é algo estranho,
Confundimos com stress inumeras vezes...
Mas sem duvida que é algo que tenho,
Como gostava que sozinha o lesses.

As borboletas já ocupam o estomâgo todo,
E o nervosismo reflecte-se no comportamento...
É como se a minha pele estivesse em fogo,
E o nivel de inteligência descesse ao jumento.

É o começo que tememos,
A fricção que isso envolve...
Mas sobreviveremos...
O que houver a gente resolve.

Mesmo que no inicio tudo pareça tormenta,
Somos paredes mestras, quando um no outro apoiados ...
Certamente virá tudo o que a vida inventa,
Venceremos tudo o que vier, pois somos apaixonados.

Mas na antecipação do ir,
Somos almas frágeis, prestes a quebrar...
Sabendo que um dia olharemos para trás a rir,
Só nos resta mesmo, decidir, avançar.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Passado no presente...

As colecções que se espalham,
Pela casa, sala e quarto atrapalham...
Às vezes só me dá vontade de me trancar,
Na casa de banho e fingir não lá habitar.
As memórias que sobrevivem nas colecções...
São mais presentes que o nosso filho na sala sem calções.
Como está vivída a minha memória,
De ti sentada na cama a contar-lhe uma história.
Como me custa que já não estejas connosco...
Aperto forte que ao meu coração foi imposto.
Ele cresceu forte, sagaz e sadio,
Mas como deves saber, é bom moço, um pouco vadio.
De vez em quando sinto o vento a arrepiar,
Imagino sempre que sejas tu, a nos observar.
Queria e tínhamos tanto ainda para viver,
Mas tua saúde debilitou, não quis permanecer.
Entreguei-me para me entreter, às palavras,
Pois passei largas noites sem dormir em temperaturas elevadas.
E passeei pelas fotografias todos os dias,
Falei com elas, se ao menos ouvissem como tu me ouvias...
Como poderei alguma vez te esquecer...?
Se para isso terei de querer, deixar de lembrar, deixar de viver...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Não sei porquê...
Mas continuas a gritar aqui dentro...
Não percebo bem o quê...
Mas sinto-me no centro.
As palavras como adagas...
Perfuram e rasgam...
Tuas mãos agitadas,
Fogem e não param.
As coisas amontoam-se...
E os temas crescem...
E tuas palavras ecoam...
Enquanto sentimentos padecem...
Não te quero sequer contrariar,
Mas não queria ficar calado...
Pois enquanto me estás a atacar,
Deixas tudo o resto sossegado.
Vou falar baixinho,
Pode ser que me tentes ouvir...
Não posso nem de fininho,
Deixar que me vejas a rir.
Já aprendi a deixar de me exaltar,
Mesmo perante a injustiça...
E um dia hás-de para trás olhar,
E destes dias sentir cobiça.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Entre o sono e o sonho... versão 4

Venho de um mundo,
De eternos instantes...
Tão quente e profundo,
Cheio de vozes vibrantes...

Esse mundo retorna à chegada da noite,
Com uma hora a mais ou a menos...
Depende dele a minha sorte,
Ou dos contos que para adormecer lemos...

É um mundo perfeito,
Nas noites calmas e pacificas...
Mas nele encontro defeito,
Quando nele não habitas!

Sonho que é sonho...
Tem de te ter escarrapachada...
Pois se não tiver eu ponho,
A tua figura, tão desejada.

Até te podia chamar de sorrateira,
Ao perscrutares meus intimos pensamentos...
Mas entraste tão certa e ordeira,
Que sem ti os meus... não são momentos.

Entre o sono e o sonho... versão 3

Senti a cama a mexer ontem à noite...
No sonho entraste num abraço forte.
Mas foste à cozinha beber leite...
Desejei a mim próprio melhor sorte.

Nesse abraço que me aqueceu, que senti...
Houve uma emoção especial.
Algo que não sabia onde estava, que perdi...
Mas que soube tão bem, tão natural.

Foram fechando sem eu querer,
Pois quero mesmo dormir no teu espaço...
E ainda me hás de um dia ver,
A lutar contra o sonho, é o que melhor faço!

Voltaste seguramente na cama a entrar,
Deves ter demorado que trazias teu corpo gelado...
Timidamente não me vieste abraçar...
Fui eu que me voltei para o abraço apertado.

Provavelmente deixaste-te dormir no sofá...
A ver um documentário qualquer do Panamá.
Ou então nem chegaste a sair daqui de ao pé de mim,
E dormimos aconchegados nesse abraço sem fim.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Entre o sono e o sonho... versão 2

Os pensamentos arrastam-se,
Num cansaço que conquista...
Os movimentos atrasam-se,
Na corrida com a vista...

Cai a chávena, cai o café...
Em camara lenta até ao chão,
E eu a ver em direcção ao meu pé...
Mas não mexi nem o dedão.

E hoje os turnos continuam...
Faz-me falta o sono que descansa,
E estes turnos a que me obrigam...
Colocam a sanidade na balança.

Ao conduzir sinto-me a planar,
Mas tenho de ir para o trabalho...
Tento não fechar os olhos ou parar,
Pois tenho de provar o que valho.

Como poderia eu ouvir,
O doce som da chuva a cair...?
Os pneus a derraparem,
Ou a chapa do carro na minha direcção a vir?
Tudo em camara lenta...
Como nos filmes de animação.
Vamos ver se aguenta,
Este frágil coração.

Entre o sono e o sonho...? Versão 1

Já nem sei bem...
Se tudo isto acabou.
Deixa-me ficar aqui sem,
O minimo ruido, pois assim estou...

Já não ouço ameaças,
Nem o vento a zumbir nos ouvidos...
Eram enormes traças,
Doutros mundos perdidos....

Talvez nada fossem,
Pois apenas sinto os lençóis em mim...
As recordações trazem,
Pesadelos à realidade assim.

Mas tantas vezes que o sonho,
Me acorda com sorrisos...
Eu é que já não imponho,
Os mesmos sonhos precisos.

Abro os olhos bem devagarinho,
A preparar-me para o mundo real...
Vou assim sair da cama de fininho,
E esquecer o pesadelo brutal.

Pois essa fronteira é cada vez mais dificil de ver,
Nesta mente que sempre divaga...
Já não sei se deva voltar para a cama ou me esconder...
Pois ao ver a traça perdi a minha calma.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Há em todos momentos mais pessoais,
Pequenos ou grandes segredos escondidos...
Ou a pergunta latente "Onde vais?"
Infiltrada e espalhada em pensamentos perdidos...

Ninguém quer na realidade conhecer ninguém...
E essa treta do realmente querer...
É algo hipócrita e falso também,
Ou não estaria eu a escrever.

O que pensamos da pessoa é realmente,
O nosso mundo e no que acreditamos...
Mas quando conhecemos um pouco mais da gente...
É que compreendemos, é que nos revelamos...

Porque na intimidade conhecemos...?
Achamos que sabemos de tudo e presumimos...
Depois de muito descobrir é que vemos...
O quanto desconhecemos onde investimos.

Já não acho que é coisa menos boa...
Não conhecer nem na realidade saber...
É como chegar e olhar pela primeira vez Lisboa,
Desde que não seja para escolher casa e viver.

Uma surpresa em cada esquina,
Com que podemos aprender...
Um sorriso que confirma,
Que isto inesperado é que é viver.

Que o quente no meu peito,
Aquece tudo à minha volta...
E que não vem só do nosso leito...
Mas que nos rodeia e nos solta.

Que os sorrisos não precisam de expectativa,
Que os abraços vêm naturais e por si só...
E que as surpresas são de ordem colectiva,
Independente de onde ou para onde vou...

Cada dia começamos a desenhar,
Planos futuros que se deixam a pairar e vaguear...
Apenas para no final do dia,
Rasgar tudo até ao próximo bom dia!

Mas acordamos sempre com vontade,
De começar a desenhar e planear...
Como é bom olhar para ti minha metade,
E saber que desejamos o mesmo para começar, viajar...

Mais uma alvorada repentina,
Ao som do despertador...
Já chegava desta rotina,
Que me cansa o motor.

Mas eis que vem o sol,
Na sua graça e vida...
Escondo-me no lençol,
A evitar minha partida.

Posso fechar os olhos,
Posso até fechar a persiana...
Mas os pensamentos vem aos molhos,
E a mente a faltar não é leviana.

Por muito que não queira pensar,
Veem os colegas e o que acho de mim...
E então é sempre com pesar,
Que acabo por me levantar enfim.

Só mais um dia para terminar,
A provação que me impuseram...
As folgas estão a chegar,
E as actividades que nelas imperam...



sábado, 24 de janeiro de 2015

É sempre de mares revoltos que se lembra o marinheiro...
Raras, se algumas as há, são as memórias de calmo mar e bonança...
Mas das tempestades que varreram o navio, ou a que afundou o primeiro...
Essas sim, ninguém esquece... onde se abandonou a esperança.

Quando os barris galopavam pelo convés do navio,
E as velas gritavam com o vento a rasgá-las...
De como tudo ficou silencioso e vazio,
Ou do quanto corremos para apanhá-las.

De quando vimos o brilho dos olhos das sereias,
A convidarem-nos para as profundezas...
Estávamos também rodeados de baleias,
E prometeram-nos muitas riquezas.

Mas com doces tesouros em casa,
Fortes marinheiros com vontade de ferro...
Manifestam com um valente berro,
Onde é mesmo o seu lugar e recusam.

Pois mesmo sem debaixo de água respirar...
Um marinheiro conhece sua casa e lhe chama de mar.
Mas sem a familia que em terra deixou,
Nunca seria completo, nunca seria quem sou...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Oh como ambiciono esse virar de página,
Que me pesa todo o processo de ausência...
Tudo me parece já na vida uma sátira...
Menos o teu calor, a tua permanência...
E como tenho medo de um dia sucumbir...
Nos nossos planos e perder a vontade de rir...

Sei que por mim esperas e é o que tens feito...
Na nossa partida assim rápida e sem jeito...
Claro que sair não é fugir,
É apenas a procura da verdadeira despreocupação de sorrir...
E de que melhor maneira de ir embora?
Que com a pessoa que mais adora...

Vou deixar tanta coisa para trás...
Mas isso é pouco importante!
O que não quero é que tu vás...
E que eu me perca no entretanto...

Realmente... que mais posso eu querer...?
Uma vida verdadeira ou uma forma de crescer?
Olho à minha volta e ninguém tem outra solução...
Ninguém tem dinheiro, e para que ambição?
Existem formas de mais dinheiro ganhar...
Mas terei eu de investir em aldrabar, mentir ou roubar?

As crianças vão pouco a pouco crescendo,
E eu que não tenho nenhuma, contemplo...
Com arroz, batatas e peixe sobrevivendo...
Mas sou eu que me queixo da falta de tempo.
Pois como podem elas saber...
O quanto nos custa o dinheiro ter...

Todos os dias faço contas à vida,
E todos os dias vejo que não dá...
É uma vida mental dificil e sofrida,
Noutro país também assim será?
Ou longe de tudo o que sei...
Sem luxos viverei...?

Possivelmente não gasto tanto papel,
Mas aqui já não janto fora há 4 meses...
Ganha mas é juizo e contém-te Miguel,
Afinal... não emigras assim tantas vezes...
Só posso imaginar como é que os outros se conseguem safar...
Alguns mais velhos e conseguem arranjar trabalho e se desenmerdar...

Crise...? Depressão? Tristeza...? Para...?

Dizem que é necessário...
Mas eu digo que é apenas a causa da maior doença do mundo...
Pouco a pouco, retira-nos pedaços e deixa-nos ao sabor do vento...
Todos nós corremos atrás, mas para quê...?
Quanto mais perto estamos... mais tropeçamos...
E tentamos, tentamos e tentamos...
Que mais podemos fazer senão tentar...?
Poupar e tentar, com esforço fazer uns trocos...
Mas sabemos tão bem que o esforço aqui não rende...
Que temos o sol e o mar e não somos contentes.
Que temos familia e amigos, mas somos ausentes...
...
Não é o meu caso...
Mas conheço algumas pessoas que o fazem...
Acumulam dois e tres empregos para conseguirem dar aos filhos qualidade...
Qualidade de educação, qualidade de tempo e materiais...
O discurso não podia ser muito diferente do ultimo ano...
Afinal de contas estamos em Janeiro e nem sei se chego a Fevereiro...
Seguramente que com dinheiro no bolso não chegarei...
Mas também hoje em dia já não ligo a isso...
Se ligar não vou poder ajudar os meus a olhar para cima de queixo levantado...
E se desesperar e deprimir eu também... quem restará para nos alegrar...?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Já não as sentes?
Furiosamente colidem contra a tua cara...
E acumulam-se no teu queixo,
Antes de se precipitarem contra o chão.
Não ignores que elas continuam a vir...
Mesmo despreocupada, sente-as!
Não descures as sensações e abraça-as...
De que interessa se te molhas...?
Logo te secas...
Tens tempo para ficar debaixo das mantas...
Para te resguardares do frio e te agarrares com força...
Mas hoje, hoje sente... deixa o receio e esquece o medo...
Deixa que os arrepios te relembrem que vives,
E preocupa-te com a roupa só quando chegares a casa...
Hoje, dá o salto que sempre desejaste...
E pula, salta e ri...
A tua vida é hoje!
Amanhã... talvez já não seja tão bom e despreocupada...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sunset

Naquele instante em que o sol se esconde no mar...
Agarrei-te com maior fervor, num abraço interminável...
Acho que nunca soube o que seria amar...
Mas sei agora que uma vida sem ti seria insuportável...
Não obstante a riqueza da vida e que a natureza tem...
Como poderia eu apreciar fosse o que fosse em pleno,
Se nem imaginar minha vida consigo, contigo sem...
Deixarei a beleza do mundo entrar, apalpando seu terreno.

O sol escondeu-se, mas sinto o seu calor ainda...
Ele escondeu-se sim, mas no meu peito para ti...
Como ambicionei este momento da sua vinda,
Como ambicionei poder oferece-lo assim...
Como tudo o que tenho,
Tudo te quero dar...
Não quero que penses que o desdenho,
Nem sequer é meu para to dar...

Mas assim como o céu e a lua,
São os padrinhos dos amantes...
Exponho a verdade nua...
E encorajo os infantes...
Se é amor que sentem...
Como saberão se é verdade?
Por muito que inventem...
Tenham atenção e cuidado.

Pois o amor é um caminho traiçoeiro...
E na sua busca muitas almas se perderam...
Não precisa de ser o seu primeiro...
Mas o que é certo de ser o amor, não é de todo certeiro...
Pois por tanto querermos amar,
Que nos engana-mos a nós próprios em acreditar...

Mas não percam a esperança nesse sentimento,
Pois quando ele chegar os outros vai ofuscar...
Essa fundação será forte e rija como cimento...
Nela vais construir tudo o que queres criar.
Se já tens pilares para assentar numa base por levantar...
Não penses que é obstáculo, pois se é verdadeiro o amor, nada o vai parar!

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...