domingo, 7 de fevereiro de 2016

O tempo passa devagar, como infelizmente se espera dele quando o queremos célere.
O desejo dos segundos acelerarem invade-me os pensamentos e a tensão no corpo é agora algo palpável, os meus olhos ficam raiados e as veias endurecem num crescente de ansiedade.
Cheguei a casa na garrafa vazia de Macieira... a condução... essa... espero que não tenha tido testemunhas. Não acendo um cigarro porque tenho medo de me sentir mal... o fumo não se mistura bem nas altas horas da madrugada com o conteúdo da garrafa de Macieira que guardo dentro de mim... mas mal já estou... para ser sincero nem me lembro do percurso da noite... nem me lembro de como arranjei a garrafa de Macieira (que para ser sincero poderia ser de qualquer coisa mas prefiro aquele catalisador que o meu corpo conhece bem e acolhe de braços abertos.... Whisky) na falta de melhor...
A chave ainda está na porta e essa ficou entreaberta a ver-se os primeiros raiares de luz que perfuram a nuvem de pó da casa enquanto estou sentado no chão, no canto a observar as mobílias, a identificar qualquer forma de vida que consiga num olhar trémulo e muito difuso...
Levanto-me para me dirigir ao bar... num cambaleio para a esquerda ao levantar-me tenho de me apoiar na poltrona onde está ainda a tua manta. Ainda tem o teu cheiro... e caio novamente, agora nos meus joelhos com a cabeça assente na tua brisa, as imagens assolam-me numa intempérie de emoções que me saltam à pele. As nossas imagens na praia, com o protector... as tuas folgas... os mergulhos e explorações, as pescas e surfadas... as noites de amor corrido, o acordar tão junto que no verão quase não podias com o calor... o abraço que te segurou em mim e os beijos sentidos e tão desejados... num soluço consigo conter as salgadinhas que me fogem dos olhos ao olhar para esta noz sem miolo, esta casa sem alegria, esta relação que perdeu o encanto... e consigo levantar-me ainda fitando a manta pelo canto do olho e amaldiçoando-a também por me fazer recordar enquanto faço o meu caminho ao bar...
Sirvo um copo de Johnny Walker Blue até acima e ganho coragem para o cigarro agora... perscruto os bolsos na procura do isqueiro para acender mais uma fagulha na minha lareira que me há-de queimar por dentro e inspiro tanto quanto consigo, como se te pudesse respirar... apenas para te largar imediatamente num continuo sopro em direcção ao copo.







If the scroll is locked
And the room on fire...
Shouldn't you have blocked
My uncontrollable desire...?

With the sea wide open
And your path mine as well.
May I hold your hands,
Until I hear the church bell?

Or should I change direction,
Just like right now...
Is this the recollection,
Of when we had our vows?

Time has passed its sure,
It may have taken it's toll.
But loving you even more,
Won't get us back the scroll.

Through dim and dark,
I've loved you too much...
I'll just kill the spark,
And find myself a cruch...


I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...