segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A injustiça continua a ser uma imagem presente na minha vida,
O passar dos dias trás uma sensação exponencial de desespero...terrores!
Instala-se de forma segura nesta sociedade falsa e ressentida,
E corrói os alicerces da moral e da educação, os sentimentos e os valores.

Há sempre aqueles que vingam em tal sociedade,
Pela primeira boa impressão, cara de sérios ou por se mostrarem prestáveis.
Não é bom saber que não há valor na experiência ou na idade,
E que não há sequer avaliação no trabalho mas sim em horas extra saudáveis.

Continuamos a correr atrás do dinheiro,
E a menosprezar o que realmente importa.
Já não somos o povo que éramos, verdadeiro!
Somos miséria num luxo que não se comporta.

O valor do salário cada vez mais parece o petróleo,
Quanto mais o petróleo baixa, mais aumenta o imposto.
Mantém-se esta flutuação para lixar o Zé Povinho,
Que não tem outra escolha senão aceitar.

Ainda assim andamos com os gadgets da ultima moda,
Nem que para isso tenhamos de, como um rato, correr na roda...
Girar o motor do capitalismo e mostrar,
Que também eu na vida estou a vingar...

Mas o que estou é mesmo a negar a minha essência,
Os valores que me foram incutidos e acarinhados.
O que quero mesmo do capitalismo é a sua ausência,
E ver os valores de antigamente restaurados.

Talvez seja mesmo eu que nego a existência da injustiça no antigamente...
Apesar das inúmeras provas de era essa a realidade.
Mas também era época da honra e do sentimento de altruísmo presente,
E que importava o sentimento de uma humanidade.

Em que o justo ao menos poderia enfrentar o mal,
Levantar aço temperado e bradar o sentimento que lhe dá ímpeto...
Já hoje, não há forma de o fazer e se o conseguissem fazer seria algo anormal.
Pois nada somos mais que um rebanho em caminho estreito.

domingo, 23 de outubro de 2016

São as gotas de água que colidem no tecto,
Que me avisam do tempo e das mudanças que sofremos...
Quando ainda há pouco tempo o sol estava forte,
E num piscar de olhos mudou-se a minha sorte.

Pedra ante pedra vou levantando os muros...
Ignoro a chuva e os relâmpagos.
E pouco a pouco fico com o coração duro,
Num pensamento constante preso no passado...

Digo no passado mas o passado vive-se no presente,
Somos o que escolhemos carregar connosco do passado...
E é por isto que nossa alma se sente ausente...
Quando esse permanece como não devia... inalterado!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Deitado,
Deambulo em ti.
Longe de tudo o que interessa...
Fecho os olhos para ver,
O que já foi e o que está para acontecer.
Ambos estamos infligidos
De cicatrizes de amores profundos.
Contudo recorremos ao passado,
Ao que cada um de nós já sentiu...
Para antecipar o futuro,
E condenar esta nova criação.
Somos almas velhas em corpos suaves...
Amantes dedicados em toque de veludo,
Entregues em grande parte... contudo,
Acho que todos nós nesta altura,
Procuramos mais que o conforto de um abraço,
Mais que um coito perfeito,
Ou um beijo inesperado e sem jeito.
Procuramos alguém que nos queira aceitar,
Sem máscaras, sem filtros, com defeitos...
Com a inevitabilidade da vida a improvisar,
O que já fora antes encontros perfeitos.
E com essa compreensão a planta regar,
E querer apenas assim e de nenhum outro jeito,
Adiar esse beijo que há para dar...
Mas eu sou um errante incomum,
Que nunca verdadeiramente conheceu o imprevisto...
Sou fraco de vontade e homem de metade,
Mas sei que a vida é apenas uma e que existo!
Talvez seja essa a razão da falta de procura da paternidade,
Medo de sentir a fuga da possibilidade de irresponsabilidade.
Colho frutos dessas acções todos os dias,
Mas não fosse eu quem sou e não sentias.
Olho para a vida de um modo simples e com poucas ambições,
A passar tempo na praia (ainda não se paga) com as nossas criações.
Pois é aí que reside para mim a riqueza e onde eu perco,
E onde encontro este espaço em que me cerco.
Da continua passagem do tempo,
Da importância do carinho e da passagem do testemunho.
Daquele abraço com o suspiro profundo.
Oh como a vida é feita de doces pecados,
De retratos recortados,
Que tentamos dar lógica.
Como é que o desejo e vontade,
Acordou a minha outra metade?




terça-feira, 7 de junho de 2016

Hoje acordei com uma sensação diferente.
Foi uma sensação que me obrigou a ficar mais tempo com a cara na almofada apesar de já não dormir mais... a pensar, a digerir as palavras que foram ditas, as expectativas que foram gentilmente criadas e o curso de acontecimentos que se vão originar daqui em diante.

Não vou negar a ansiedade ou o nervosismo mas também não vou combater aquilo que sinto que quero fazer...

Todos os dias antecipamos confusões e problemas, discussões e dilemas, apenas para não darmos importância ao que é mesmo importante. Prendemo-nos com o que é esperado e ficamos nesse registo, sem nunca pensar no que será o melhor para nós e seguindo a tendência natural de entrosamento social.

Somos todos filhos do imprevisto e da decisão espontânea Somos todos elementos sensoriais que procuramos o conforto num especifico ombro ou abraço. E que é um de nós apenas? Uma metade procurando a sua outra metade... uma vida lutando pelo melhor percurso possível no seu ponto de vista, tomando as decisões que considera ser as melhores e nem sempre as mais fáceis como os outros podem pensar...

Da nossa vida, podemos esperar apenas apoio daqueles que de nós gostam, mesmo que por vezes essas pessoas que tanto amamos não o saibam demonstrar, decisões difíceis todos os dias, tristeza e morte esporádicas e uma pessoa que entenda o nosso ponto de vista, que consiga sorrir mesmo quando é para chorar, que não largue o abraço que já dura há demasiado tempo mas onde as lágrimas não pararam ainda de cair.

E quando chega essa pessoa... tudo se torna mais suportável porque os momentos de alegria, mesmo que compassados e afastados conseguem equilibrar a balança do destino, das probabilidades astronómicas de felicidade.

Vamos olhar para a frente e mesmo que tenhamos de caminhar para trás, o caminho que depois começar-mos será novo e despido de todo o pó levantado que não nos deixava enxergar o destino.




quinta-feira, 26 de maio de 2016

GUTS

A partir de cette instant, la liberté sera quelque chose de vivant et de transparent, et sa demeure sera pour toujours, le coeur de l'homme. Il est décrété qu'a partir de maintenant, la vérité est une valeur, Il est décrété qu'a partir de maintenant, la vie est une valeur. Il est décrété qu'a partir de cette instant, L'homme n'aura plus jamais besoin de douté de l'homme, Que l'homme aura confiance en l'homme, Comme le palmier se confie au vent. Il est décrété que la plus grande souffrance à toujours été et sera toujours, de ne pas pouvoir se donner d'amour à qui l'on aime. Il est décrété qu'il ne sera plus jamais nécessaire d'user de la cuirasse du silence, ni de l'armature des mots. L'homme s'assiéra à table avec un regard pure. Une seule chose reste interdite, Aimer sans amour.

From now on, Freedom will be something alive and transparent, and his delling will be forever, Man's heart. It's decreed that from now on, Truth is a value, It's decreed that from now on, Life is a value, It's decreed that from now on, Man will nevermore need to doubt of Man That Man will trust Man, Like the palm tree entrusts the wind, It's decreed that the biggest suffering has always been and will always be, not giving love to whom we love. It' decreed that nevermore it will be necessary to use neither the sheel of silence, nor the armature of words. Man will sit at the table with a pure look. One single thing remains forbidden, Loving without love.
A noite ficou ventosa,
E os moinhos rodaram.
Em tua face poderosa,
Meus olhos fixaram.

A água pingou em melodia,
E só para nós tocou por horas.
Enquanto esperamos o nascer do dia,
Só tu, num beijo me devoras.

Sentes o bater do meu coração?
Como eu te sinto a ti?
Ou será apenas minha emoção,
A transpirar este desejo sem fim?

Passo a passo sem saber,
Caminhamos nesta sede de querer.
Nesta criação da habituação,
Que conforta o nosso viver.

Agora de olhos abertos,
De passos certos...
Gentilmente, o percurso é criado...
E que doce é este pecado!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Na intimidade dos sonhos não há represálias e os desejos são manifestados sem filtros, sem premissas escondidas e sem subterfúgios. Nesses desejos traduzidos em imagens e sorrisos, em abraços e beijos divididos somos uno connosco e trazemos o que de mais instintivo temos ao de cima.
Os sonhos de cada um são na realidade tão dúbios como relativos e a forma de os interpretarmos é tudo menos uma ciência exacta...
Mas se os sonhos é tudo o que temos para matar o silêncio e calar o tempo no seu infernal tic toc então não são os sonhos que nos alimentam os desejos e os criam?
Será que sub-conscientemente o cérebro nos indica uma direcção que não é aquela que seguiríamos naturalmente...?

Sei que agora ando de mãos dadas com os meus sonhos que se repetem num ciclo estranho de déja-vu... ao contrário do passado, anseio os sonhos e aguardo a sua repetição já que a vida neste decorrer de circunstâncias estranhas não é mais que uma sucessão de acontecimentos, uns melhores que outros... vou-me embalar no ritmo da vida ao invés de tentar acompanhá-la ou de a tentar ultrapassar...

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Vens e bates suavemente
No meu casco...
Essa tua água ardente,
Que não cabe em nenhum frasco.

Vens e trazes a corrente,
Fria e cheia de vida.
Com a minha mão no teu ventre,
Dessa água despida.

Vem que já vens tarde,
Pois é por ti que anseio.
Nesta alma que assim arde,
A tua temperatura ainda vai a meio.

Será que ainda vens ou estás a chegar?
E desculpa as minhas perguntas de seguida...
É porque a tua ausência está-me a custar,
Quase que parece uma despedida...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Cada relação que acaba...
Deixa um buraquinho na minha alma.
E nas letras da nossa fábula,
Foi onde perdi a minha calma.
Por demasiado querer,
Fui cego surdo e tapado.
Foi preciso para aprender,
O amor não pode estar só num lado!
Outras lições de vida,
Devem estar ao virar da esquina.
Como a prometida,
Estar apenas na mente de quem imagina.
Não desisti de acreditar...
Não desisti de poder vir a amar...
Mas ganhei perspectiva e discernimento,
Já sei analisar melhor o momento.
Guardo-me atrás destas muralhas,
Até ser altura melhor...
Molho umas toalhas,
Para até lá aguentar o teu calor...
Vou ficar aqui resguardado,
Até porque nem sei se vai algo acontecer.
Mas com a tua presença fico incomodado...
E sem ela parece que vou desvanecer.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Acordei a divagar nos meus pensamentos. Já que o despertador hoje não fazia parte da equação a transição do sonho para os pequenos raios de sol que furavam as persianas foi feita devagar, sem impulsos externos e  numa cadencia suave. Com tanto que há sempre para fazer, deixei-me espreguiçar na tua imagem mais uns minutos e percorri o teu corpo como se aqui estivesses com os meus lábios. Essa sensação de desejado dá animo a alma e faz-nos sorrir... estejas onde estiveres... sabes que és desejada e que te envolvia nos meus braços longe de tudo o resto mas perto do que é importante.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Hoje acordei com o teu cheiro,
E de olhos fechados eras tu que abraçava.
Soube tão bem que não podia ser verdadeiro,
Pois era na almofada que tocava.
Demorei a abrir os olhos para deixar entrar a luz,
Porque sabia que assim que o fizesse.
Por muitas voltas que na cama desse,
Desaparecia esta musa que me seduz.
Acordei mesmo assim com animo,
E num segundo vesti o meu sonho numa tela.
Agora sigo ao teu caminho...
Para veres o quanto te acho bela.
Estou tão distraído que nem comi,
Depois de tudo o que já ficou feito.
Tenho de deixar de pensar em ti,
Pois não sobrevivo deste jeito.


sábado, 16 de abril de 2016

Acordo e reparo que te chamo inconscientemente... há em mim dias que se revivem ao acordar. Mas tu não estás cá e essa certeza que se define é para mim absoluto silencio e paz. O que foi no passado não carrega para sempre os sentimentos... como é que eu já consegui viver tantas coisas diferentes e sempre tão distinto de mim?
Hoje é um daqueles dias em que abençou-o o acordar do guerreiro, o despertar dos instintos e das capacidades não moldadas pelo aceitável do outro... prepara-te mundo... cá vou eu! E vou de garras de fora, de boca arreganhada, capaz e confiante de tudo vencer!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Hoje, vim cá para transcrever...
Para passar para esta janela o que senti.
A verdade é que não me está a apetecer,
Falar sobre o que já vivi.

Prefiro tentar enveredar por outros caminhos,
E mergulhar noutros mares.
Pois nem tudo é sobre o que sentimos,
Já que na vida há tantos azares

Não tem sido fácil o meu re-erguer.
Com os pés plantados nesta terra,
Mas com os olhos no futuro tento ver,
Tudo o que a vida me reserva.

Já acalmei esta minha sede de plenitude.
Já comecei a inspirar sozinho e com vontade.
E continuo apesar do que dizem na juventude,
Foco-me no trabalho mas é o mar que é minha metade.

O sol já brilha e com ele traz um novo calor.
De ter mais e querer de facto.
Ter mais alegria, vontade e esplendor.
E este meu novo pacto!

Para isso vou sair de casa a correr...
Deixar o sol brilhar na minha pele escura.
Praia que és sempre boa a receber,
Prepara-te para mais uma aventura...

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Life keeps going strong,
Unwillingly I follow...
The calm breeze of the sea,
Carries the music along,
Will this soul finish being hollow?

The seconds linger in this storm,
And the body craves for your return,
Could I ever feel that warm,
Or will I remain frozen as Saturn?

The longer we remain apart,
The worse it is to reconnect.
Have we ripped the magic from our art?
Will our past love never again infect?

At far I ear the thunders,
They sound of your voice...
And I remember of many wonders,
And how it was your choice.

Don't cry oh eyes of regret,
For life is all but one...
Let's at least... never forget!
We've had plenty more than some.

Now the demons and angels,
Which lived in the past...
Remind me of your freckles,
And how love will never last!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Lovers don't always win...

The artwork of our life,
Has turned dark in a hurry.
Maybe when you turned into a wife,
Looking back, the past is blurry.

There is no point to precise,
Or to point fingers for blame.
Maybe I've just realized...
Without you, nothing will ever be the same.

The sketches don't even come close,
To our details, our bright colors.
Not one of our drawings are for those,
Who consider themselves better than others.

Our song was not yet complete,
Our chorus just a beat...
The lyrics are strong not discreet,
Please come over and have a seat.

May we investigate where we went wrong?
The time, the will...
Was it our song?

All has lost its color,
The sky, the ocean, the sun...
Until today I wonder how you are...
Will it ever heal this scar?

domingo, 20 de março de 2016

Ciclos... a olhar para o passado, para poder prever o futuro.

O dia amanheceu e os meus olhos semicerrados viram os primeiros vislumbres de luz a passarem pelos buracos da persiana mal fechada enquanto divagava nos teus olhos. O teu vulto não se fez visível e tu não estavas lá... a lembrança de tal passado distante deixou-me incomodado, agitado, saudoso...
Como produto do meu passado, olho para trás e contabilizo os sorrisos, as más disposições, o amor que não permitita o afastamento e as caricias que constantemente se entregavam.

Tenho saudades de me sentir assim... quase completo... quase inteiro...

Tenho vindo a aprender que não se pode acelerar os ciclos da vida. Num dia podemos estar na crista da onda como no dia a seguir presos no inside enquanto caem sets infindáveis de ondas. Não serve de nada remar com mais força, fazer os bicos de pato bem fundos... se forçares a tua saída não vais ter o mesmo "commitment" para apanhar a tua onda como deve ser e mesmo que a apanhes, não a vais aproveitar e disfrutar como se tivesses sentado no outside à espera dela e ela te tivesse escolhido. A vida é um puzzle complicado onde uma peça pode-lhe dar significado e retirar-lhe o brilho. A paciência é peça constante dessa equação e sendo uma virtude, apenas se pode aprender dela...

Assim vou-me deixando andar nesta tempestade de acontecimentos, levando a minha jangada onde o mar me deixar. À deriva pode ser que acabe num porto seguro ou a conhecer os cantos do Oceano, nesta jangada sozinho.

sábado, 19 de março de 2016

Olá...

Olá...
Não me conheces mas vou entrar na tua vida...
Não há nada que faças que possa evitar esse nosso encontro. Foi destinado há tempo demais para poder ser recordado. Tu és o Sol! Eu Água! Juntos, criaremos uma árvore de amor onde os nossos rebentos possam crescer livremente na sombra delicada da tua luz e no amparo fresco e limpído da minha fonte.

Sei que se lesses isto que possívelmente ridicularizavas o meu discurso. Que me dirias que ninguém sabe o dia de amanhã, que um virar de página pode apresentar muito mais que apenas letras... e que toda a nossa leitura e interpretação das coisas que sabemos, pode ser questionado e dubiamente entendido.

Mas eu vi a nossa árvore, segurei a mão dos nossos filhos e colhi os teus beijos sempre que pude. Um dia que não abrisse os olhos nos teus contornos das maças do rosto, em que não passeasse na tua pele de veludo, em que não me encantasse no doce som da tua voz... não era dia para lembrar...
Vamos disfrutar da vida como sempre secretamente desejámos e nunca confidenciámos a ninguém... como eu nunca tive coragem de viver... até te conhecer, até vermos um no outro uma abertura sem julgamentos ou prepotência... até identificarmos que andámos a vida toda à procura um do outro apenas para nos perdermos numa entrega tão pura e despreocupada que nada mais existiria.

Ainda nos vemos por aí... ;-)t

sábado, 12 de março de 2016

Esta noite sonhei contigo,
Como os teus desejos me aqueceram.
Foi nesse sonho que fiquei perdido,
Onde os primeiros se perderam.

A tua pele cauterizava no toque,
Os teus lábios ardiam...
Foi por isso para mim um choque,
Sentir que partiam...

Ao passar a mão na tua anca,
E sentir o fervor que te dominava...
Quase não retenho meu corpo que avança,
E recuso-lhe o que tanto desejava.

O frio do quarto preenche-se de rubro,
E as paredes rasgadas de paisagens...
A alma não aguenta, rápido descubro...
Para avivar antigas miragens...

Quando nos esquecemos do mundo,
No nosso olhar profundo...
Somos unos verdadeiramente,
De um amor que não é recente.

Carregamos experiências,
Em memórias retidas e ignoradas...
Mas nem grandes ciências,
Separam duas pessoas amadas.

Nem tempo nem distância,
Podem impedir o amor...
Nem marcas de infância,
Nem relações sem cor.

Acho que se trata de voltar a acreditar,
Numa sensação de concretização pessoal.
Paixão é efemera, amor é para durar...
E é tudo menos normal!

Assim deixo aqui uma declaração,
Uma ode à plenitude.
Não vou abandonar a emoção,
Nem esquecer a juventude.

Vou olhar o luar,
Vou dormir nas dunas...
Voltar a acreditar,
Em ligações profundas.

Vou saltar com vontade e querer,
Como se os anos não houvessem.
E utilizar o passado para aprender,
A viver nos anos que passem.

Sei que algo está errado ainda,
Pois ainda aguardo a tua vinda.
Mas ao esperar vou aproveitar,
Esta alma e corpo que tenho para usar.

Mas não demores muito mais a chegar,
Minha musa, minha alma delicada...
Tu que nos meus sonhos vens habitar,
Porque é em ti que mais quero me deleitar.

Entranhar-me em ti num doce corropio,
Enquanto te enfias por debaixo das unhas.
Os batimentos tremem a chama do pavio,
E nossas mentes perdem-se nas brumas.

Mas sabendo quem eu sou,
Saberes quem tu és...
É cultivar a terra que se arou,
É fazer a cova da semente com os próprios pés.

Agora só falta chegares até mim,
Para colhermos os frutos da vida...
Sou perdido por ti e nem te conheci,
Desejoso dessa vida vivida.

Enquanto não chegas não te procuro mais,
Pois por tanto querer já me perdi...
Não quero conhecer mais nenhuns pais,
Já chega todas as escolhas erradas que vivi.

Se não sabes por onde estarei,
Também não to sei agora dizer...
Uma coisa agora que me lembrei sei,
Podes sempre começar por aqui escrever...
Pouco há a dizer...
Posso dizer como me sinto... mas que propósito vai isso servir, penso enquanto lanço o copo amarelado pelo seu conteúdo à boca. Sou algo deturpado pelo fumo e alcóol, em que fujo ao que posso ser, em que me contento e ao mesmo tempo me condeno. Sou produto do que se espera de mim no mais brilhante contraste do que poderia ter sido salvo todas essas pressões e ambições que não são minhas. Mas sou! E neste manto cinzento em que envolvo a minha vida muitas vezes perco direcção, divago nas decisões até estas expirarem e derivo num estado de complacência em que nada parece acontecer mas em que essa mortalidade de eventos me nutre de um carinho que não tenho de mais nada senão a pintura, a escrita ou o surf. Uma calma e paz de espirito que normalmente me define e caracteriza... ou seja, devo ser para além do produto de tudo o que foi anteriormente dito produto também desses elementos e da sua falta. É intrigante o quanto se pode presumir ou aprender... num copo de whisky.

terça-feira, 8 de março de 2016

Foi numa noite assim,
Que embatemos com violência.
Ninguém podia adivinhar nosso fim,
Ou como sobrevivemos a tamanha ausência.

Certo é que ambos sabíamos,
Foi num olhar a certeza final.
E daí um romance vivíamos,
Numa intensidade pouco normal.

Teus beijos que não paravam,
Minhas mãos nas tuas curvas...
O bater dos nossos corações aumentavam,
Enquanto nossas visões se tornavam turvas.

Entregámo-nos à luxúria e ao desejo,
Nos pensamentos e nos sonhos,
Na realidade foi só um beijo...
E quando terminou deixou-me tristonho.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Como hoje é um dia perfeito...
A chuva de manhã impediu-me de sair.
Enrolei a manta em mim sem jeito,
Dei-te um beijo que antecipa os que estão para vir.

O cheiro que a terra deita,
Já faz mossa às saudades da chuva.
E o meu olhar a tua presença aproveita,
Antecipando novamente a tua fuga.

Mas é hoje o dia perfeito em que eu,
Pinto um quadro e escrevo algo sem sentido...
Em que acho o meu coração no teu,
E em tudo o que temos vivido.


domingo, 7 de fevereiro de 2016

O tempo passa devagar, como infelizmente se espera dele quando o queremos célere.
O desejo dos segundos acelerarem invade-me os pensamentos e a tensão no corpo é agora algo palpável, os meus olhos ficam raiados e as veias endurecem num crescente de ansiedade.
Cheguei a casa na garrafa vazia de Macieira... a condução... essa... espero que não tenha tido testemunhas. Não acendo um cigarro porque tenho medo de me sentir mal... o fumo não se mistura bem nas altas horas da madrugada com o conteúdo da garrafa de Macieira que guardo dentro de mim... mas mal já estou... para ser sincero nem me lembro do percurso da noite... nem me lembro de como arranjei a garrafa de Macieira (que para ser sincero poderia ser de qualquer coisa mas prefiro aquele catalisador que o meu corpo conhece bem e acolhe de braços abertos.... Whisky) na falta de melhor...
A chave ainda está na porta e essa ficou entreaberta a ver-se os primeiros raiares de luz que perfuram a nuvem de pó da casa enquanto estou sentado no chão, no canto a observar as mobílias, a identificar qualquer forma de vida que consiga num olhar trémulo e muito difuso...
Levanto-me para me dirigir ao bar... num cambaleio para a esquerda ao levantar-me tenho de me apoiar na poltrona onde está ainda a tua manta. Ainda tem o teu cheiro... e caio novamente, agora nos meus joelhos com a cabeça assente na tua brisa, as imagens assolam-me numa intempérie de emoções que me saltam à pele. As nossas imagens na praia, com o protector... as tuas folgas... os mergulhos e explorações, as pescas e surfadas... as noites de amor corrido, o acordar tão junto que no verão quase não podias com o calor... o abraço que te segurou em mim e os beijos sentidos e tão desejados... num soluço consigo conter as salgadinhas que me fogem dos olhos ao olhar para esta noz sem miolo, esta casa sem alegria, esta relação que perdeu o encanto... e consigo levantar-me ainda fitando a manta pelo canto do olho e amaldiçoando-a também por me fazer recordar enquanto faço o meu caminho ao bar...
Sirvo um copo de Johnny Walker Blue até acima e ganho coragem para o cigarro agora... perscruto os bolsos na procura do isqueiro para acender mais uma fagulha na minha lareira que me há-de queimar por dentro e inspiro tanto quanto consigo, como se te pudesse respirar... apenas para te largar imediatamente num continuo sopro em direcção ao copo.







If the scroll is locked
And the room on fire...
Shouldn't you have blocked
My uncontrollable desire...?

With the sea wide open
And your path mine as well.
May I hold your hands,
Until I hear the church bell?

Or should I change direction,
Just like right now...
Is this the recollection,
Of when we had our vows?

Time has passed its sure,
It may have taken it's toll.
But loving you even more,
Won't get us back the scroll.

Through dim and dark,
I've loved you too much...
I'll just kill the spark,
And find myself a cruch...


sábado, 30 de janeiro de 2016

As nuvens acumularam-se nesta presença,
E a luz deixou de brilhar por algum tempo.
Ao tanto que já foi lida a minha sentença,
Que já merecia algum pequeno alento.

Foi com um sopro de vontade,
Que mudei a minha envolvente...
Recuperei a alegria, que saudade,
Meti energia neste corpo dormente.

As ondas do mar lavaram,
Toda esta alma perturbada.
Duas pessoas que se amaram,
E sigo sozinho nesta cruzada.

Se os caminhos que traço hoje,
São pelas escolhas que tenho feito.
Então é esse destino longe,
Onde possa encontrar meu leito.

Passo ante passo avanço,
Neste meu caminho que escolho.
É em novo destino que me lanço.
E vejo-o pelo canto do olho.

Não há dúvida alguma em mim,
Que possa escolher as opções.
É a forma de sentir por fim,
Que valorizo as minhas emoções.

Sei que me vens ler...
Mesmo que o silêncio seja a tua forma de falar.
Vou continuar a escrever...
Mas já deixei de te aguardar.

Agora que só consigo olhar para o horizonte,
Não consigo enxergar onde coloco meu pé.
É mais difícil porque sozinho escalo este monte,
Seguramente que não vou voltar ou dar de ré.

Já cheiro o topo com todas as suas flores,
Levanto uma perna de cada vez, cheia de dores.
E já daqui consigo bem enxergar,
Um novo augúrio, o sol a brilhar.

Ainda lá atrás vens devagarinho,
Fiel companheiro como estás velhinho.
Hás-de me ajudar sempre nestas travessias,
Ou não estivéssemos ambos à espera de melhores dias.

Pouco a pouco vamos recuperando,
O que decisões passadas nos roubaram.
É pelo que nos vamos lembrando,
E pelas razões que terminaram.

Importante será lembrar,
Tudo o que se passou e viveu.
Não será isso o amar,
Que por tanto se sofreu?

Guardar as pequenas recordações,
Os sorrisos e gargalhadas...
Esquecer de vez as discussões,
Lembrar as tardes encharcadas.






domingo, 24 de janeiro de 2016

Ouço as gotas a baterem no telhado...
E sinto os pés a fugirem das mantas.
Na vontade de não sair da cama, fico deitado.
Enquanto tu te decides e levantas.
O vazio que criaste deixou entrar frio.
Mas não faz mal pois enrolo-me de novo...
E apercebo-me que não tenho vontade, que não rio.
Enquanto penso no fim de semana de Porto Covo.

No canto do quarto está o principal veiculo da viagem...
Como os dois emborcámos a gasolina com vontade.
Sabias que tinha de ser assim ou não tínhamos coragem.
De embarcar nesta viagem à procura da verdade.
O veiculo está vazio como podes verificar...
E tudo o que poderia melhorar...
É tão perceptível no nosso olhar...
Mas há ainda algo a nos travar.

Cheiro o teu fumo na cozinha com o café...
Levanto-me para te fazer companhia apesar do sono...
E a esfregar os olhos vou pé ante pé...
À espera desse nosso abraço puro e longo.
A distância a que te vejo hoje não corresponde ao nosso amor.
E há algo que não sei bem quantificar nem explicar.
Não sei se é em mim que vês e sentes essa dor...
Ou se achas que já não sabes me amar...

As fotografias que vimos ontem foram variadas,
Mas quedámo-nos nas pedras com a Ilha ao fundo...
Algumas com o gelo dos copos ficaram molhadas,
Ficaram ontem a secar e hoje... as refundo.
Soubesse do que sei hoje, e essas recordações imprimidas...
De paisagens e beijos explícitos, de provas de amor e cumplicidade.
Teriam tido outro rumo, escondidas e refundidas.
Pois andas a julgar o nosso amor... pela sua idade...

Sabes que por mim...
Os meses deviam já ser anos.
Mas também sei que és assim,
Uma mulher com muitos planos.
Como quero levar a vida para a frente,
Seguir e crescer como pessoa e talvez pai...
Não que queira ser diferente,
Quero assumir o que no meu coração vai.

Tudo o resto não me assusta,
A perspectiva de começar de novo...
Sei que no princípio custa,
Especialmente compreender novo povo.
Mas de que serve ter coragem ou vontade?
Quando se anda aqui com a alma a metade...
E de nada serve tentar falar contigo...
Pois até o teu silêncio é deveras sofrido.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Mais um segundo, nestas contas em que o resultado é indiferente...
Segundo me sinto eu nesta corrida de dois...
Se ao menos me confrontasses... me olhasses de frente.
Não ficava eu aqui a imaginar se existiria um depois...
Entretenho-me com o som das ondas do mar,
Na vã tentativa de não te ver cada vez que fecho os olhos...
Mas a saudade teima em persistir, em não acabar...
Gostaria de saber se iria partir ou ficar até sermos velhos...
Mas pouco vai fazer diferença nesta deriva de rumo.
Inspira fundo e relembra-te do bom que foi viver...
O toque na mão um do outro, no parque o cigarro e seu fumo...
E de como tudo o que tínhamos imaginado ficou por dizer.


domingo, 17 de janeiro de 2016

A faca saiu de mim...
Depois de tanto tempo aqui alojada.
Sei quem a meteu aqui...
Fruto de confusão malfadada.

Tudo se distorceu desde que a faca chegou...
Meu caminho ficou difuso e sombrio,
Mas recordo-me como devagar ela entrou...
E de como rápido veio o frio.

Agora ando de ferida aberta...
A curar o que conseguir.
A ver se o caminho acerta...
Ou se vou voltar a sorrir.

Como sinto a falta da adaga...
E arrepia o vazio aqui dentro.
Não há nada que a apaga,
Nem mata as borboletas no ventre.

Ainda sinto nas veias a tua presença,
Ainda vejo o bombear de sangue...
Como condenei tua ausência,
Nem recipiente nada estanque.

sábado, 16 de janeiro de 2016



E agora...?
Agora que tudo ficou no passado...
E que o passado ficou aqui guardado.
Que poderei eu fazer?
Será que ainda consigo escrever...?
Carrego-o como se uma pena se tratasse,
Mas como o fardo é pesado e carregado para o trazer.
Será que era isto que era suposto fazer?
E o hoje? E o amanhã?
E o depois que virá?
Conseguirei avançar quando para trás estou a olhar?

Vou tentar manter o queixo erguido,
E mudar de perspectiva imediata...
Neste espírito tão vil lângido...
Vou contrariar como a vida o meu coração trata.
E depois vou tentar sorrir a sério,
Vou abrir as páginas do livro ao calhas,
E escolher uma história melhor...
E apagar este meu ardor.

Olá...?
Não sei se te lembras de mim...
Durante anos a fio refugiei-me na tua capa,
Perdi-me nas tuas letras e mergulhei em cada reticências.
Será que depois de tudo isto...
Eu ainda existo?
Olá...?
Não sei o que foi mas...
Algo mudou...!
E nesse discurso mudo que manténs...
Percebo parcamente a tua mensagem.
E sinto que me falta a coragem.
Adeus...?
É isso que desejas...
E assim o terás.
Pois de que serve bater à porta...
Quando a porta não abre.
E de que serve escrever sobre amor?
Quando tudo o que isso te dá é dor...
Adeus...
Adeus aos parágrafos,
Adeus ao sentimento...
E tudo porque eu...
Não soube viver no momento.
Adeus mais uma vez...
Porque o adeus não vai daqui sair...
Sem este coração mais uma vez partir.

domingo, 10 de janeiro de 2016

"Naufrágio" de Ulisses Tirano

Este texto é de um amigo meu, um verdadeiro amigo meu... que escreve desta forma tão singular e tão marcante para mim... espero que concordem...

"Aperto forte o punho de cabedal da espada, é suave, contrastando a rugosidade dos meus dedos... do meu ser. De olhos fechados vejo-te tentares despir-me a armadura. Sorris e com essa tua graça, envolves-me nos braços e tremes ao toque frio da minha pele que reflete a lâmina. Pousaste gentilmente a mão sobre o meu peito; no interior, naufragado, afundava-se o coração. O meu rosto escondia a dor enquanto lentamente me enchias de emoção. Sem escolha ou opção deixei-me levar na breve brisa que os teus lábios pareciam provocar junto dos meus e eu, ser das trevas, incapaz de ver além da escuridão o meu vasto reino de solidão. Sinto-me quebrar neste falso isolamento que quis criar. Abro os olhos e ergo no ar a espada, essa que irá cortar aqueles que me tentarem conquistar. Sou um lobo no mar, há muito que desisti do amor e nada do que possas fazer me irá libertar. Sou um já morto, feito para batalhas sem fim, onde emoção é fraqueza e musas tornam água em sal. Só o sangue, este que hoje bebo, traz o sorriso a estes secos lábios e velhos olhos que em breve, espero, serão cerrados para sempre, naquele que será o derradeiro naufrágio no interior do copo em que me afogo todas as noites desde que me matei em ti."

Ulisses Tirano

sábado, 9 de janeiro de 2016

Nas teclas que dão o mote... no som angelical da sua voz... encontro-te. Cada vez que ouço Sade... revivo... recrio... procuro-te em mim... na expressão do que poderia ser, sinto-me a metade de alguém que já foi... sou apenas um espectro agarrado ao passado e aos teus sorrisos... sou apenas uma sombra que se agacha nos recantos para te beijar com estes olhos agora vazios e desprovidos de sentido quando não me sentes perto... não serve de nada dizer que me sentes quase de todas as vezes... que esse olhar perscrutador do ambiente circunda o horizonte à procura de quem te olha, quem te observa, quem te ama... sabes que estou aqui... sabes que sou eu... mas eu... já não sou eu! Com a tua partida levaste a faísca da minha combustão e entregaste-me às nossas recordações e sentimentos passados para sentir algum resquício de amor... podes argumentar que fui eu que partiu... podes dizer que na realidade nunca me sentiste lá, a fundo... poder...? podemos tudo mas sabes que não é assim... que te procurei e mesmo assim ainda sinto o pesar da minha escolha em não querer atrasar a tua vida ou a minha em pára arranca sucessivos...
Certo é... que te desejo... que tudo o que foi já não volta a ser.. mas sei que tenho de encerrar mais este capitulo da minha vida... vou fazer por isso....!
Sabias que as tuas palavras silenciosas são pesadas e tão carregadas de sentimento que me gritam nos teus sussurros privados em que sinto os teus lábios a encostarem-se ao lóbulo da orelha que se arrepia... o calafrio já percorreu o deserto do nada protegido pelo dragão e chega agora à base do pescoço... Como pode o sentimento ser tão palpável, tão facilmente colhido apenas de pensar em ti... apenas de considerar se errei ou se poderia ter feito as coisas de maneira diferente...? Como pode um erro ser tão devastador e dilacerante? Como pode, algo com que determinaste a vida e a forma que levas alegria dela ser determinado por um baixo de uma fase ou uma escolha infeliz numa altura menos boa....? As repercussões  estão muitas vezes escondidas, refundidas da decisão imediata que procura a tua estabilidade, a tua essência e determinação na procura dos objectivos... mas a escolha é sempre tua... mesmo que em detrimento da tua liberdade da tua força impulsionadora que te direcciona para onde no fundo, apenas tu, queres ir...
E fico novamente a contemplar o vazio... a olhar para o passado e a agarrar-me a toda aquela felicidade que tivemos, que procurámos ambos e que na realidade, nunca chegámos a encontrar... mas pensámos que sim, que a pesquisa tinha acabado, que gostávamos tanto um do outro que considerámos ficar para sempre juntos... mas foi diferente.... deve ter sido grande o meu erro...!

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...