sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Time is indeed a bastard...
It takes away our loved ones,
Leaving us with time limits and expiration dates, 
On the ones not taken still.
A capacidade de amar sobrepõe-se ao tempo.
Consigo ver isso na relação dos meus pais...
Com todos os seus filhos.
Mesmo quando eles/nós não temos tempo para eles,
Os pais continuam a acreditar sem questões nas potencialidades infinitas da sua prole.
A olhar para o melhor perfil quando não dá para encarar a acção...
A aceitar verdades para não criar atritos e a baixar a voz para não gerar discórdia.
Os valores foram diluídos e nem o irmão mais velho se dá ao trabalho de moderar as conversas.
Tudo parece efémero mas nas recordações algumas coisas ficam para sempre...
Como de uma conversa banal surgir uma discussão em que alguém se altera e tudo se revela...
Como o tempo é cruel e nos deixa sozinhos quando não queremos ou não podemos...
Da mesma forma não é nosso amigo porque não sabemos o quanto adoramos estar com alguém até não termos mais tempo para o fazer... até não o podermos fazer...
Por estas e por muitos mais motivos cada vez penso mais que tenho de lhe dar a mão,
Obrigá-lo a caminhar ao meu lado e fazer dele alguém consciente que me aconselhe...

Será que sei o que quero dizer ao tempo?
Será que lhe falarei dos que já perdi... ou tentarei apenas pedir para me ajudar a apreciar os que ainda cá estão...?
Envolver-me nos seus minutos de ternura e não sair da casa depois de 10 minutos de companhia dos meus pais.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A luz fundiu-se,
Não tenho forças para me levantar...
Ainda incrédulo,
Ligo e desligo o interruptor,
Como se mudasse algo...
Nesta cama que já foi alegre,
Os lençóis jogados pelo chão,
Janelas abertas e temperatura que ferve...
Foi assim enquanto houve emoção.

Agora os lençóis estão frios,
O quarto breu,
E sozinho, aqui estou eu!

Com pensamentos do que já foi,
E vontade de regar os cortinados...
Ainda a pensar como tanto ainda dói,
Sinto os químicos em mim desgovernados.

Deixo a gasolina para outro dia...
E agarro a garrafa.
A olhar para o meu reflexo não te via,
E pensava onde estava.

Já não sou...
Talvez nunca tenha sido...
Aquela pessoa que eu quis ser para ti.

Tento abraçar os fragmentos de nós,
Para ter algo para sorrir...
O jantar com os meus avós,
Em que assumimos que queríamos sentir.

Mas depressa volto ao ponto de partida...

Com a casa escura e triste,
No seu ar pesado e tenebroso..
Relembro a primeira vez que me viste,
E quão depressa comecei a subir o fosso.

Como é bom encerrar um ciclo...
Deambular na leveza de não saber o que fazer...
O tempo estende-se para todos os planos que possamos conjurar,
E os objectivos amontoam-se no subconsciente.
Mas na indecisão da acção, somos livres.
Na força da direcção achamos conforto...
Mas cada vez que encontramos uma pedra,
Como que esquecemos toda a importância da decisão tomada.
Tudo fica em perspectiva errada e disforme...
E deixamos de acreditar em nós próprios,
Sendo mais fácil de aceitar verdades falsas de outros...
E de nos perdermos...

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Again I sense it...
The warmth of your thoughts is gone.
And the coldness gently rushes into my bones,
As the air is thinned out and light is scarce.
Tiny flames spark against each other into million sparks,
With the heavy air the pitch dark as background...
There's a shape coming to be in front of me,
From those million sparks...
It smells of sulfur and something sweet I can't make out.
But the feeling that comes from this is fear,
As I struggle to stand to it's eyesight.
The voice is deep and speaks sounds to my head,
Although their meaning is unknown to me.
As a delayed message the translation is by the same voice,
But now in English...


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Vens a correr...


Vens a correr por aí,
Vens sempre de sorriso rasgado...
Vens a correr por aí
E eu estou sempre sossegado...

Vens a correr por aí,
Começo a ficar interessado...
Que rapariga é esta,
Que corre para todo o lado?

Vens a correr por aí,
E desta vez paraste para beber água,
E a correr te vais embora,
Sedenta menina que corre...

Hoje não te vejo correr,
E como o sol se foi embora,
Quero ver-te de novo por querer,
E correr contigo pelo mundo afora.
A primeira onda bateu como que rocha,
Os ventos fustigavam as velas em rodopio...
E meus olhos pouco viam senão a tocha,
Fruto do cordame da vela me acertar no ouvido.
A segunda veio da direcção oposta,
E os corpos balançaram sem lógica contra tudo.
A esperança saiu a correr para a costa,
E a seguir começou o meu luto...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

No Filter Day!

Como o brilho desaparece de alguém que não ama...
Que não se deixa amar ou apaixonar.
Vai tenuemente interpor-se da luz da chama,
Até sua privação a chama apagar...
Como doces mentiras não damos pelo sucedido,
E em coração cuidado isto não acontece...
Mas até eu hoje me dou vencido,
E como todos os outros, argumento que ninguém merece.
Aponto o dedo a acontecimentos e chamo pessoas ao barulho,
Sabendo que o factor comum fui apenas eu.
Ofuscado pelo desejo de libertação na depressão mergulho...
Nado ao profundo deste ser até ser escuro e breu.
De nada preciso que não tenha aqui...
Frio, escuro, sujo de assuntos que não quero falar.
E claro pensamentos de ti, e de ti, e de ti...
Para onde tento não olhar, não perguntar.

No Filter Day!

Her hair stands in the middle of the perfect frame...
Maybe this is the perfect frame...
Far from the childish dreams,
I find myself in retrospective of time and choices.
Longing to belong...
At this point anywhere is almost enough,
But settling for something other than what once wished...
Is failure altogether.
Assuming failure is something else entirely...
But maybe that's the dimmest of the glow in some people's eyes...
You can see them anywhere.
And I struggle not to loose the spark...
To the bottle, the weed, to despair, to insanity.
The softness of her touch,
Made me believe I belonged,
Even if I realized that sometimes I didn't...
I would rather believe in the lie again just to belong.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Borrasca

Olho para o papel com medo que as letras não façam sentido quando lidas por outra pessoa, mas avanço intrépido por este oceano de emoções com que lido no meu âmago... será mais uma tempestade que assola esta embarcação, não será a ultima!

Na incerteza do querer esconde-se o medo,
Esse vil bandido que assombra sonhos e esconde ambições,
É certeza assumida do fracasso de tantos.
Nunca aparece senão no seu canto escuro...
E infecta tudo a que chega até emoções...
Procura a escuridão nestes cantos,
E deixa teu coração frio e duro.
Fazendo-te acreditar que não mereces mais o amor.
Como animal domesticado que é devolvido à floresta,
Timidamente começo a olhar, a sentir...
Mas depressa me escondo dos olhos de outros,
Ao contemplar quão relevante é para mim não ter nada,
E o quão relevante é para os outros terem a sensação de posse...
Volto a me sentir pequeno, insignificante e vazio,
Sucumbo nas expectativas que supostamente não acredito,
E procuro piedade no falar das pessoas relevantes.
Não a quero...
Acho que procuro uma empatia de sorriso,
Uma palmada nas costas como que dizendo,
Até isso um dia passa...
Tudo passa...
Até a objectividade da vida passa...
O foco ou a determinação...
E quão mais certo de quem és,
Menos volátil serás.

Anseio essa sensação...
De me aceitar em plenitude e graça,
Com defeitos e qualidades,
Com medos e coragem...
De corpo em manifesto para as intempéries da vida,
Sem vacilar o olhar perante a montanha a escalar...
O deserto que se estende é apenas o areal até casa...
Que venha o mar e a sua borrasca que cá estarei,
Pois eu fui feito na tempestade e na tempestade viverei...
Venham os ventos também que lhes mostrarei quem comanda o leme do destino nesta viagem.
Podem ranger todas as tábuas da embarcação mas ficará firme,
No desígnio que lhe atribuí, na direcção que eu escolhi.
Ou isso, ficarei em casa de qualquer forma.





I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...