sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sabes como olho para ti?
Olho com a ruga do sorriso a formar...
A ternura mostra-se em mim...
E o calor começa a dominar...

Pouco a pouco, como num recital, os pelos saúdam-te...
E a par e par tomam turnos em vénias na minha nuca, na coluna...
Os arrepios que se acumulam ao teu toque,
Soltam o fogo que te anseia, te procura e deseja.

Sabes como olho para ti?
Infelizmente num discorrer de fotografias...
Agora que te afastaste numa vontade longinqua.
E ainda hoje recorro ao sabor que me sabias...

Sabes que mesmo assim te procuro...
Num sonho que não controlo, onde não tenho vontade...
Pois é sempre um sonho frio e escuro,
E assim permanece até te encontrar minha metade.

Que brilhar tão forte que me deixa invisual por segundos,
Que irradias nesse porte delicado e sempre tão comedido...
Imagem que me alegra e conforta, nesses segundos em que nada mais há...
Cega-me com a tua luz num golpe final e deixa-me sentir de uma vez por todas...

Pois aqui me quedo com o peito aberto e oferecido,
Neste momento que é só nosso e onde a intimidade manda...
Que se lixe o que já senti ou o medo agora esquecido...
Pois espero essa sensação com vontade e sem trama.

O alcatrão faz o percurso longinquo parecer mais curto,
Mas se o que quero é apenas ver-te basta-me fechar os olhos...
E as imagens que estão coladas no firmamento dos meus olhos fechados são tuas...
Pena é que eu queira tanto mais, sempre sem saber se queres de todo...

Sou alma inconstante na tua busca,
Procuro e anseio num desejo ardente mares tempestuosos,
E com as vagas a assolarem-me tu continuas fugidia,
Como areia na minha mão, quanto mais aperto mais me escapas pelos dedos...

E no cair do pano...
Quando tudo o que há é escuro e triste,
Surges tu, num raio invisivel que afasta a escuridão e me faz sorrir,
Surges tu e a escuridão desvanece como o nevoeiro indesejado...

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