sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Oh como ambiciono esse virar de página,
Que me pesa todo o processo de ausência...
Tudo me parece já na vida uma sátira...
Menos o teu calor, a tua permanência...
E como tenho medo de um dia sucumbir...
Nos nossos planos e perder a vontade de rir...

Sei que por mim esperas e é o que tens feito...
Na nossa partida assim rápida e sem jeito...
Claro que sair não é fugir,
É apenas a procura da verdadeira despreocupação de sorrir...
E de que melhor maneira de ir embora?
Que com a pessoa que mais adora...

Vou deixar tanta coisa para trás...
Mas isso é pouco importante!
O que não quero é que tu vás...
E que eu me perca no entretanto...

Realmente... que mais posso eu querer...?
Uma vida verdadeira ou uma forma de crescer?
Olho à minha volta e ninguém tem outra solução...
Ninguém tem dinheiro, e para que ambição?
Existem formas de mais dinheiro ganhar...
Mas terei eu de investir em aldrabar, mentir ou roubar?

As crianças vão pouco a pouco crescendo,
E eu que não tenho nenhuma, contemplo...
Com arroz, batatas e peixe sobrevivendo...
Mas sou eu que me queixo da falta de tempo.
Pois como podem elas saber...
O quanto nos custa o dinheiro ter...

Todos os dias faço contas à vida,
E todos os dias vejo que não dá...
É uma vida mental dificil e sofrida,
Noutro país também assim será?
Ou longe de tudo o que sei...
Sem luxos viverei...?

Possivelmente não gasto tanto papel,
Mas aqui já não janto fora há 4 meses...
Ganha mas é juizo e contém-te Miguel,
Afinal... não emigras assim tantas vezes...
Só posso imaginar como é que os outros se conseguem safar...
Alguns mais velhos e conseguem arranjar trabalho e se desenmerdar...

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