quarta-feira, 25 de abril de 2012


Mais um dia que custa a chegar ao fim, não pelas horas de trabalho ou o tempo em si... as palavras... prendem-se à ponta dos dedos e não perdoam distracções ou alterações de humor... cada vez mais me apercebo que são elas que comandam o meu pensamento e não o contrário, como deveria ser...
Sentei-me com o intuito de escrever... de desabafar... se é que algo há para desabafar... mas sinto... como se... as ultimas silabas de cada palavra, puxassem as unhas atrás... como se tivesse de perder parte de mim para as proferir, para as escrever...

Todos conhecemos os ciclos que regem a nossa vida... a roda mirabolante da qual nunca temos controlo na totalidade, mas que esperamos sempre que pare onde nós desejamos que ela pare... vivemos nas ilusões que nós próprios criamos nas teias da displacência, preguiça ou gosto de ver o mar a subir, cada vez mais perto dos pés, ambicionando aquele "perigo" de molhar, apenas para no limiar desse acontecimento, recuar e nem sentir o mar a tocar-nos...

Todos nós nos cansamos de ciclos... todos nós nos cansamos de rotinas e salvo raras excepçções, todas as rotinas acabam por nos cansar! :-)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

São pequenas esferas que se juntam como por magneto.... começam na ponta dos ombros e depois de os transformarem em algo rijo, inquebrável e demasiado tenso... começam a criar mais e mais esferas que corroem a minha boa disposição, que me minam o sorriso e apagam aquela luz que devemos carregar sempre...
É estranho todo este processo...
Uma habituação ferve para se impor...
Incómoda como um abcesso...
Sem permitir qualquer dor.

É raiz que fura a terra...
É olhar que não desmente...
É fruto raro da serra...
Que não traz nem faz semente.



sábado, 7 de abril de 2012

Desabafo das 06:30

Como gostava,
Que o amarelo do sol,
Não mudasse para vermelho...
Como eu apreciaria,
Que o dia não acabasse,
E que visse no espelho, tua face.

Mas como a lua se levanta,
E o mundo continua a girar...
Nem tudo perdura e tem mesmo de acabar...
O escurecer traz a certeza,
Nessa sua doce beleza...
Que os sentimentos são para durar.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

É engraçado como na vida, acabamos sempre por pintar por cima daquele primeiro quadro em que nos auto-desenhamos. Vamos nos re-inventando enquanto pintamos e da nossa criatividade surge uma cor nova que traça antigo desenho, que se auto intitula como mais relevante ou necessário para o momento, apenas para quando se vê colado à cor original no quadro, se aperceber que mesmo contra seu desejo foi alterado o seu tom unico, para outro apenas mais raro, mais inconcebivel de ser criado sem ter bagagem.

domingo, 1 de abril de 2012

Kings of Convenience - Boat Behind



Ainda ontem alguém me perguntou... Mike... já não escreves?

Se escrevo ou não? Escrevo... se não aparecerem letras aqui é porque o que tenho escrito foge do plano que gosto de partilhar e entra num foro intimo que prefiro manter na minha privacidade... mas escrevo sempre... mentalmente desenho quadros em que as palavras pintam o cenário... em que as musicas são cantadas nas virgulas, entoadas nos parágrafos e versadas no balanço da leitura... mas escrever... escrevo sempre...  :-)

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...