segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O que dizer quando as palavras se escapam da mente?
Para que ir rever e observar as fotos de ontem?
As atitudes que tomamos e que nos moldam, moldam também outros.... aqueles que mais queremos...
Para que tanta saudade? Para sentir os pedaços cairem pouco a pouco neste chão sujo e gelado?
Só tenho visto altos e baixos, sentido amargos na barriga e apertos no peito... tudo está agora em equilibrio, tudo está agora na lamina da faca, que ameaça desventrar-me ao mais pequeno deslize... e aqui me quedo.... inerte num pensamento que se me foge que se dilui em imagens novas e distractivas... apenas por segundos consigo deixar de sentir a lamina... apenas por segundos não sinto como se tudo estivesse dependente de atitudes erradas e decisões rápidas... apenas por segundos... estou calmo! Mas apenas por segundos, porque assim que me distraio um pouco mais da realidade que me envolve começo logo, imagino produzo e realizo filmes e passos futuros como certos, desiludo-me nos instantes seguintes e começo tudo de novo ao tentar achar a melhor saida... saída? ou deverei dizer entrada?

Estou perdido nestas montanhas que me tapam o sol... o meu peito tem medo de se tornar algo semelhante ao que possa cair dele mesmo... um pedaço de gelo às tombolas na estrada... frio.... sujo.....

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


Nesta neblina que se levanta,
Um grito profundo é ouvido...
Sente-se a dor na garganta,
Neste aperto sentido...

Há em mim outras histórias,
Talvez de belezas raras e vagas memórias.
Mas há aqui este desejo...
Que anseia fortemente teu beijo.

Em rosas colhidas,
Crio este desejo em algo palpável...
São duras as mágoas vividas,
Mas estou aqui, sou saudável!

Na entrega do objecto que carrega o meu afecto,
Sorriste e aqueceste este coração.
Pois apesar de falarmos diferente dialecto,
Derreto o gelo que trazes com emoção.

A dor já existiu,
A dor já partiu,
O que resta somos nós dois...
Não o que passou, por quem sois?

A visibilidade continua nula,
Olho pela janela a imaginar-te a chegar...
Saudades de ti e da tua pele crua,
Serás tu naquele carro... já estou a alucinar!

A brancura da tua pele,
Esse sorriso que adoro criar...
Como a minha musa numa tela,
Um pequeno intervalo para amar.

Desce o manto da escuridão,
A lua permanece ainda escondida,
Atrás daquela montanha enevoada...

Os sorrisos que se geram,
São profundos e sinceros...
Nesta nova atmosfera.

Há em mim desejos e expectativas,
Mas estão selados nos envelopes...
Para não arruinar as tentativas.

Assim sorrio com vontade,
Não manifesto a saudade,
Neste ambiente Sui Generis.

A lua já saiu da névoa que a cobria,
Ilumina agora grandiosamente a montanha que a escondia...
Pisco os olhos... não para enxergar melhor,
Mas para durante aquele milésimo de segundo,
Imaginar-te ao meu lado já sem dor...

A noite ficou fria,
As estrelas falam-me de ti...
Do que sentiste,
Do que eu perdi!

Agora só me resta esperar pela alvorada,
Essa que traz consigo o calor saudade da sua amada.
Raios que a mim me aquecerão,
E um brilho que mesmeriza e força o olhar...
Como volto o pescoço quando penso que por ti passei,
Sabendo de antemão que aqui não estás, no way!

O percurso da lua atrás do sol,
E do sol atrás da lua...
Trazem-me nostalgia ,
Amor cruel a que obriga!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Saudades... há muitas!
Tipos diferentes e alturas distintas...
Há também desejo..
Tantas vezes escondido num inocente beijo...

Há pessoas...
Que inevitavelmente ganham espaço...
Há alguém...
Que deixou este vidro baço...

Este reflexo que vejo...
Não é mais que eu em duplicado...
Até poderia parecer outro alguém,
Mas eu ficaria bastante agitado.

Há momentos e alturas,
Todos eles tão dispares...
Há toques e doçuras,
Que só teem sentido aos pares.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tinha já escrito mais de mil palavras... quando de repente... puffff... não sei que atalho terei utilizado mas tudo o que tinha escrito até então não estava lá!

Comecei a escrever eram ainda perto das 05:40 e são neste momento 07:12, levei cerca de 10 minutos para decidir se voltaria a escrever ou não e se sim, se seria pelo mesmo tópico...

Faço referência à pontuação na vida... agora desculpem mas os floriados ficaram no outro texto... referências a Saramago e faltas de virgulas em situações levaram-me a olhar para este texto com uma crueza, um desdém amargo de insatisfação e ofensa, de perjurio e indignação... falava da necessidade da pontuação na nossa vida, do saber meter uma virgula e não nos apressarmos nos pontos finais, no saber meter pontos finais e de exclamação quando estavamos já habituados às reticências... há, como em tudo na vida, que ter equilibrio! Esse equilibrio, apesar de frágil e feito por nós, assenta-se naquilo que esperamos de algumas pessoas da nossa vida, nas reacções esperadas dos que nos rodeiam, das expectativas em geral, que quando defraudadas, podem afectar de alguma forma o nosso fragil equilibrio...
Dizia também no meu texto, que fechar capitulos não é fácil... que aplicar pontos finais quando o que queremos mesmo é prolongar as reticências... não só não é fácil, como é bem penoso. A nostalgia e melancolia que este acto acarreta, entristece e por momentos, tudo o resto fica disforme e sem sabor.. numa deriva permanente de direcção e sentido... ir contro o que se deseja profundamente, apenas porque pensamos que agimos da melhor forma no futuro... assim como que nos mata a vontade, dilacera o desejo e nos retira a vontade de sorrir...

Mas fechar capitulos é isso mesmo, é a aceitação que assumimos que nada mais há a fazer que não tenha já sido feito, é o assumir da culpa da desistencia que praticamos... é a tristeza em personagem fisica... é a morte de uma pequena e infima parte de nós que poderia ter sido muito mais do que aquilo que foi...



http://youtu.be/KHytuO8xVkw

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Já não quero escrever!
Pois como adagas envenenadas,
Um simples raspão, mina este coração...

E para que sofrer de amor?
Quando tudo o que trás,
São promessas vãs, solidão e dor...

Escrever sobre isto então...
E a dor que se rasga no peito,
Com as recordações desse leito.

As palavras carregam-se de significado,
Mesmo não querendo mostrar seu peso,
Demonstram meu estado alterado,
E as feridas num coração antes ileso!

São elas que sempre se manterão inalteráveis,
Com o passar do tempo, nada mudará nesta folha.
A tinta esbater-se-á mas permanecem imutáveis,
Significado distinto para quem as colha...

Escorrem como se água fosse,
Neste riacho seco de amor...
E podem até parecer doce...
Não carregassem elas tanta dor...

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...