sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Último dia...
É o meu último dia no aeroporto de Faro este ano...
Mas levanta-se a dualidade último/primeiro.
Será que a chita quando libertada de um cativeiro para a savana também considera que foi seu último dia de cativeiro, ou que sente que é o primeiro dia em que não há vedações ou humanos para a guiarem... em que a liberdade se instala juntamente com tantas outras questões que a devem assolar... território, alimento, procriação... Assim que se encontra em terreno aberto, perscruta o horizonte e deixa-se guiar por sua bussola interior estabelecendo prioridades.
Assim farei eu... com os olhos bem assentes onde quero chegar vou tentar ter esse escrutinio, espero que seja o correcto e que me impeça de tomar decisões erradas...

Vou-me afastar de tudo o que mais gosto... mas para sobreviver assim, a contar os tostões, a antecipar o fim do mês, sem ter sequer uma pequena luz ao fim do tunel que me alimente a chama de viver em Portugal... não vejo saídas, não vejo sequer trabalhos extra que alguém consiga desempenhar de maneira a melhorar de facto a qualidade de vida... talvez esteja a mentir... eu sei que há familias a sobreviverem com  pouco mais de 500€ por mês e eu ganho mais que isso sozinho... no entanto, não sei se é o desejo de concretização ou simplesmente a ambição de poder fazer mais do que faço... ajudo passageiros mas no fim de contas escrevo o que me vai na alma enquanto trabalho no balcão de aeroporto... o que deve representar uma de duas coisas... ou a minha escrita apenas me soa bem a mim e na realidade não é nada de extraordinário ou então não tenho mesmo assim muito para fazer o que me permite concentrar-me e focar-me nas palavras e na sua ordem...

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O que é o amor...?
O que é a sensação de plenitude que temos no sorriso de outrém..?
Será o amor aquele esgar quando abrimos os olhos e contemplamos quem está ao nosso lado...?
Será que quando acordamos, apenas para beijar com quem estamos e segredar-lhes ao ouvido... "amo-te!" que isso conta como amor ou apenas satisfazemos a nossa necessidade de amar...?
Será o arrepiar que tentamos sempre contrariar mas que acaba sempre por vencer num beijo inocente no pescoço?
Será aquele buraco que carregamos quando percorremos sozinhos os caminhos que não podem ser partilhados, mas que nos dão a impressão de andarmos sem parte de nós?
Será que o amor pode mesmo ser quantificado? E se assim for... será mesmo amor?

Ambicionamos esse momento... muitas vezes fantasiamos com o que poderá ser... e quando acontece, se não começarmos a ouvir os foguetes e a sentir o ardor a percorrer cada centimetro da nossa pele, não defraudamos as expectativas por não acontecer... ao invés, criamos esse desejo com tanta força que mesmo que não se sinta mais que o contacto fisico, fantasia-se faiscas e relampagos, borboletas e arrepios... a mente ordena e o corpo responde

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Na expectativa de crescer,
Na ansiedade de fazer dinheiro...
Quando o que quero é viver...
E arrepia o valor verdadeiro,
Sou alma corrompida,
Sou navio da emoção...
Sou deriva intrépida,
Sem saber dizer não...
 
Conto os segundos, conto os minutos...
Antecipo as letras e o que me trazem,
Enquanto os pavios ficam curtos...
Na luz ténue que as velas fazem.
Passeio o pincél na tinta,
E borro tudo o que tinha já feito...
Sei que é dificil que ela me sinta,
Nesta minha tentativa sem jeito.
 
Mas continuo a procurar...
Até porque não consigo noutra coisa pensar.
Uma forma de te conseguir fazer entender,
O quanto te quero, num dia perceber.
Apercebendo-me das rasteiras,
Que a vida nos leva a pensar que não há...
É mais uma de muitas maneiras,
De te deixar a pensar como será...
 
Como será que tudo se vai passar?
Quando num dia há tempestade e no outro há bonança...
Será que vai chegar amor ou saber amar?
Ou que devemos abandonar a esperança...?
Não largo este sentimento que carrego livremente,
Desde que na verdade te conheci...
Podes até ser presença ausente,
Mas nada vai mudar o que senti!
 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Antecipação...

O que corre aqui,
São memórias perdidas...
E vivo assim,
Nas entrelinhas sentidas.
As palavras que são ditas,
Nunca voltam atrás...
E enquanto me irritas,
O tempo não as traz.

Mas se achas que a distância,
É algo necessário...
Recordas de certeza a infância,
E deves achar-me ordinário.
Serei eu o elo inferior...?
Ou mesmo que não seja...
É necessário tamanha dor...?
Nesta alma que te deseja...

Sem duvida que a situação,
É algo preocupante...
Até porque sinto a emoção,
Só de falar, a entrar de rompante.
Mas se somos capazes de tanto,
Ou de tão pouco..
O que fazemos entretanto,
Não faz de mim louco.

Deveriamos correr de mãos dadas,
Sempre a olhar para a frente...
Não ficar com esperanças defraudadas,
Por causa de diferente gente.
Somos água e sal,
Em correntes fortes...
No fim, somos igual,
Em riachos tortos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Ansiedade é algo estranho,
Confundimos com stress inumeras vezes...
Mas sem duvida que é algo que tenho,
Como gostava que sozinha o lesses.

As borboletas já ocupam o estomâgo todo,
E o nervosismo reflecte-se no comportamento...
É como se a minha pele estivesse em fogo,
E o nivel de inteligência descesse ao jumento.

É o começo que tememos,
A fricção que isso envolve...
Mas sobreviveremos...
O que houver a gente resolve.

Mesmo que no inicio tudo pareça tormenta,
Somos paredes mestras, quando um no outro apoiados ...
Certamente virá tudo o que a vida inventa,
Venceremos tudo o que vier, pois somos apaixonados.

Mas na antecipação do ir,
Somos almas frágeis, prestes a quebrar...
Sabendo que um dia olharemos para trás a rir,
Só nos resta mesmo, decidir, avançar.

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...