sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Tenho pensado em ti...
Não todos os dias como já foi...
Mas tenho pensado em ti.

Tenho uma imagem fixa a que recorro...
De tua face angelical...
Que me acalma quando preciso de socorro.

Já não tenho o teu calor.
Esse partiu noutra direcção...
E levou consigo qualquer emoção.

Mesmo assim penso em ti...
Penso em tudo o que poderia ter sido.
E porquê é que ficou tudo assim.

Nem sei dizer porque me acalmas este ardor...
Ou porque ainda penso em ti...
Se calhar nem tudo foi com teu calor,
E eu não deveria estar a escrever assim...

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sabes como olho para ti?
Olho com a ruga do sorriso a formar...
A ternura mostra-se em mim...
E o calor começa a dominar...

Pouco a pouco, como num recital, os pelos saúdam-te...
E a par e par tomam turnos em vénias na minha nuca, na coluna...
Os arrepios que se acumulam ao teu toque,
Soltam o fogo que te anseia, te procura e deseja.

Sabes como olho para ti?
Infelizmente num discorrer de fotografias...
Agora que te afastaste numa vontade longinqua.
E ainda hoje recorro ao sabor que me sabias...

Sabes que mesmo assim te procuro...
Num sonho que não controlo, onde não tenho vontade...
Pois é sempre um sonho frio e escuro,
E assim permanece até te encontrar minha metade.

Que brilhar tão forte que me deixa invisual por segundos,
Que irradias nesse porte delicado e sempre tão comedido...
Imagem que me alegra e conforta, nesses segundos em que nada mais há...
Cega-me com a tua luz num golpe final e deixa-me sentir de uma vez por todas...

Pois aqui me quedo com o peito aberto e oferecido,
Neste momento que é só nosso e onde a intimidade manda...
Que se lixe o que já senti ou o medo agora esquecido...
Pois espero essa sensação com vontade e sem trama.

O alcatrão faz o percurso longinquo parecer mais curto,
Mas se o que quero é apenas ver-te basta-me fechar os olhos...
E as imagens que estão coladas no firmamento dos meus olhos fechados são tuas...
Pena é que eu queira tanto mais, sempre sem saber se queres de todo...

Sou alma inconstante na tua busca,
Procuro e anseio num desejo ardente mares tempestuosos,
E com as vagas a assolarem-me tu continuas fugidia,
Como areia na minha mão, quanto mais aperto mais me escapas pelos dedos...

E no cair do pano...
Quando tudo o que há é escuro e triste,
Surges tu, num raio invisivel que afasta a escuridão e me faz sorrir,
Surges tu e a escuridão desvanece como o nevoeiro indesejado...
Os primeiros traços foram feitos...
Como as paredes mestras de nossa casa.
Carregados de intenção, mas imperfeitos,
Espaços vagos onde é só colorir e arrasa.
Vincados, são impossiveis de apagar...
Como uma parede mestra derrubar.
São eles que limitam as fronteiras...
Que vamos cruzar de tantas maneiras.
Parece que tudo está de alguma forma,
A convergir para as nossas necessidades.
E o rumo que a vida toma,
Não é mais que o reflexo das nossas vontades.

Os braços estão pesados...
Os corpos cansados.
A corrida acabou...
Mas o suor ficou...
Como se a vida me tivesse sido roubada,
Caio no chão, alma inanimada.
A porta bateu...
O que era, morreu!
Ainda estou prostado no chão...
Agarrado ao peito...
Levaste contigo meu coração...
Maltratado e sem jeito.
As palavras que me disseste,
Foram grilhões nos meus pulsos...
Mas deve ter sido o que sentiste,
Em discursos muito confusos.
Carregaste tanto a minha alma de culpa,
Que nem a cabeça consigo levantar...
Deve ser teu ponto de vista que deturpa,
O quanto estavas a falhar.
Hoje em silêncio,
Quando antes havia som...
Caminhei pé ante pé...
Pelos montes da minha vida,
Pisei as silvas e estevas.
E levantei sempre a cabeça...
De tanto caminhar pelos meus montes,
Avistei o mar e sua beleza.
Lá ao longe parecia o calor fazer pontes,
E pensei que havia de ser de sua leveza...
Mas o calor também por aqui anda,
Os medronhos não me deixam mentir.
Lá em baixo na varanda...
Consigo enxergar-te a sorrir...
Recebemos o sol no seu esplendor,
E agradecemos pela sua visita.
É como o sol o nosso amor,
Até a distância um do outro irrita.
As pontes à distância não desvanecem...
E o sol continua a aquecer.
Agora só com o por do sol é que desvanecem...
Não queres cá vir comigo ver...?

O silêncio nunca o é...
Num terreno como o meu...
Pois neste terreno há fé...
Que queiras que seja teu.
Os pássaros anunciam o raiar,
E eu digo-te o quanto te quero amar.
Neste dia solarento de Novembro,
É assim que te lembro...!

Já me habituei a estar sozinho,
Ou pelo menos assim quero pensar.
A verdade é que sem ti definho...
E são estas letras que ficam a me amparar.
Mas quando sozinho estou...
Habitas meu coração...
Não sei que fazer ou para onde vou,
Ou como lidar com esta sensação...
Sou como tartaruga sem carapaça,
Sou alma morta que disfarça...
Saco vazio que ao vento voa...
Sem próposito nem direcção boa.

Continuo a procurar em mim as respostas,
Continuo a introspecção a que obriga.
Mas minha cabeça dá tantas e tantas voltas...
Que nem eu sei já que diga.
Quanto mais olho para mim mais vejo para trás.
Quanto mais me leio mais sinto tua presença.
E bem sei o mal que esta história me faz...
Pois só eu sinto o peso desta sentença.
Mas como não posso correr atrás da felicidade?
E de que realmente importa o que se fez no passado?
Querem ver que há aqui um limite de idade...
Num corpo ainda novo mas bem conturbado.



Será este sonho possivel?
Nunca o seria sem vossa ajuda...
Neste mundo tão dificil,
Pode ser que haja algo que muda.

O sonho é sempre o mesmo...
Quando não sonho contigo!
Se acordo fico enfermo,
E passo um dia mais sofrido...

Pois no sonho escrevi,
Um livro inteiro só para ti.
E houve quem o quisesse publicar,
Identificou-se no que te estava a contar...

As palavras saiam doces...
Como veludo escorregavam.
Ao fundo gargalhada dos moces,
Na dança nossos corpos já suavam.

Os versos foram-se formando,
O livro foi-se compondo.
Tu foste-te embora andando...
Enquanto me quedei no chão redondo.

Pensei e pensei...
Escrevi milhares de letras...
Mas nada trazia o teu perfume...
Nada me deixava sentir-te como antes...
Até porque não estavas aqui.
O livro ficou inacabado mas...
Como qualquer um de nós...
Inacabado!
Houve alturas em que as letras não fluiram,
E foram forçadas em catarse...
As palavras carregadas de emoção e sensação...
Não eram bonitas nem traziam sorrisos.
Mas ainda assim... ajudaram-me!
Facilitaram o processo de digestão que dizem o amor ter...
Mas como poderei digerir algo que me incomoda que me diz que falta algo...
Como poderei lidar com a tua ausência quando...
A tua ausência é a causa da minha infelicidade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Meus beijos percorrem-te...
As mãos... parece que deslizam...
Nossos sons envolvem-te...
Será que hoje fez calor?
Liberto um suspiro no teu ouvido...
E mesmo mal conseguido...
Tu sabes... o nosso olhar é cruzado!
E o tremor invade!
Os arrepios sucedem-se...
Outros sons impedem-se...
Cada toque dos teus lábios molhados...
Levam-me à estratosfera e tu ris-te...
Nesse beijos exacerbados...
Veio o teu arrepio sentiste?
Os suores frios vieram comigo de casa.
Disso não me surpreendo.
Mas donde vem esta brasa?
Que tem vindo aquecendo...
As garras não me relaxaram...
E assim que me agarraram.
Só me quis entregar,
Só me quis esquecer de tudo o resto...
Não era eu... nem eras tu...
Mas nós ardiamos...
As tuas unhas ficaram cravadas...
Meus dentes rangiam de prazer.
Nossas almas estavam alteradas,
Pelo que estávamos a fazer...
Dançavam num ritmo latino,
E nós rebolávamos sem querer saber.
Ai como eu te deveria esquecer...
Mas para isso não precisarei de querer...?

Não sei porquê mas ainda hoje a tua luz irradia desde que exististe na minha vida e reflecte-se no dia de hoje e no de amanhã e no de todos os dias que virão...

As memórias invadem a minha intimidade...
São poucos os momentos em que consigo estar verdadeiramente sozinho...
E nunca o estou... são os mesmos pensamentos, são as mesmas imagens...
Recordas quando te dizia que tinha a tua foto colada na parte de dentro das pálpebras?
É mais ou menos assim que me sinto... nesse meu suposto "descanso".


O cheiro a mar...
O barulho das vagas...
O teu paladar...
As minhas chagas...
Como desejei acordar ao teu lado...
Como me sentia apaixonado.
A vida tinha outras idéias,
E na verdade nós também...
Cada um preso em suas teias.
E com medo de ir mais além...
Chorei eu, choraste tu...
Vivemos desastres imprevistos.
Nesta vida que tudo processa a crú.
Construimos casas de xistos...
Pedra sobre pedra começámos...
Até o primeiro muro tombar.
Acho que foi aí que notámos...
Que só com pedras não ia chegar.
Tentei agarrar-te a mão e confortar...
Dizer que há mais muros para levantar.
Mas tu viste melhor que eu sem dúvida...
E agiste de forma súbita...

Mesmo assim ainda hoje como escrevo,
O quanto fiquei contigo aqui dentro...
Não sei se devia ou mereço...
Mas carrego-te sempre aqui ao centro.

Mas como me lembro da tua pele,
Dos doces sons da cama...
Dos teus lábios de mel,
Ou da tua cara de trama.

Dos filmes que não chegavam ao fim,
Da doçura do teu olhar.
Como me queria sentir outra vez assim...
Mas sei que isso não vai dar.

Sentia a pele a levantar o cabelo...
Na antecipação de estar contigo.
E em nós não havia fraco elo...
Senão o nosso passado vivido.

Como me deixava dormir,
A contemplar as tuas pestanas...
Ou como me fazias sorrir,
A fechar as persianas...

Aquela sensação de plenitude,
Nem que seja por instantes.
É como se eu tivesse tudo...
Entregue aos teus romances.



I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...