domingo, 23 de novembro de 2014

A noite fria cobriu meu corpo,
Revoltado, cobri-me no teu manto.
Naveguei pelos pensamentos...
E atraquei em teu porto.
Passou depressa este tempo,
Na escuridão dos sonhos...
Porque te encontrei, meu alento.

Hoje, nem o sol achou que devia brilhar...
Deixou-se ali atrás do horizonte como que escondido.
Mas sozinho nesta cama apetece tudo mudar...
Pois se ficar deitado sem ti, acabo bem deprimido.

Os planos que se formam sozinhos na minha mente,
Envolvem-nos em ambientes naturais e puros...
Espero que partilhes comigo esta visão quase demente,
E que te aconchegues no meu calor e em meus braços escuros.

Já antecipo a fricção dos teus braços,
A temperatura dos teus lábios...
E força desses nossos amassos...
Em todos esses segundos sábios.

sábado, 22 de novembro de 2014

Não sei como te dizer...
E também não sei melhor demonstrar...
Assim, experimento escrever,
Este doce sentimento, os beijos ao despertar...

Como me falta o ar quando te vais...
Ou quando não te vejo nas ondas.
Não sei se reconheces os sinais,
Mas causa em mim alterações profundas.

Como é que fazes o sol aparecer?
E pões meu coração a tremer...
Como é que pintas a minha vida?
E a fazes assim, tão colorida?

Como é que é tão imprescindivel esse olhar?
Onde tantas vezes me perco mas por assim o desejar....
Ou até mesmo a falta do teu cheiro, doce aroma,
Que tanto me desorienta e me impressiona...

Não sei mas não procuro a resposta...
Quero beber tudo o que conseguir.
Enquanto a tua cabeça encosta,
E pouco a pouco me deixo dormir...


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Acordo lentamente...
Fixo o olhar na tua face em perfil,
Sinto a brisa do vento...
E aconchego-me no teu asilo.

Sorrio, ainda sem saber bem porque,
E contemplo-te num instante que não acaba...
Deveria levantar-me, o trabalho não espera.
E a mentira não aldraba...

Mas aninho-me novamente em ti,
E continuo a sonhar...
Não quero sair daqui,
Deixar a ternura acabar.

A areia grudada nos pés,
As pegadas que se multiplicam...
Agora parece que é a tua vez,
E teus olhos brilham...

Num beijo suave,
Pensas que me acordas se não o for...
E ao sentir teu travo,
Deixo o meu beijo se impor.

Nos segundos seguintes,
Não há palavras trocadas...
Há em nós uns requintes,
E umas pernas entrelaçadas.

Como é bom olhar a tormenta à distância e sentir que parte de nós apesar de adormecida pelo que vimos, pelo que passámos, se mantém a mesma... mas mudada, com a base mais sólida mas torta e empenada pelos actos que nos marcaram.
As nuvens como que sorriem na ironia de sentirem que nos deixaram passar, mas sabemos que nada é fácil e.. que se passámos, foi por mérito, bravura e intrepidez colectiva e não por favor ou pena.
Nada é maior que a alma humana! O que lhe falta em espaço ocupado, compensa numa presença continua moral, numa direcção presente, num bem vs mal que nunca nos leva em rumos diferentes daqueles que somos.
Fomos nós, todos nós, que aguentámos a borrasca, que colhemos as velas e esticámos as cordas e cabos, que nos amarrámos ao mastro e segurámos a retranca, que aproámos à vaga e ao vento e que os conquistámos com toda a nossa força de barba azul, com todo o nosso sangue salgado a bombear as extremidades que arrefeceram tão rapidamente após os primeiros dias de chuva e salpicos das vagas. Fomos nós, que ao ouvir as sereias nos refreámos e restringimos todos os nossos esforços para não as encontrarmos no fundo do mar contra os nossos mais intimos desejos. Fizémos tudo isto... e vencemos esta batalha, nem que seja para mais tarde andarmos na prancha, nem que seja para nos afundarmos na próxima... mas esta... é nossa!
Que os tempos glórios se propaguem, se divulguem e se repitam. No entanto, que não tragam borrascas grátis em cada mudança de maré, pois apesar de um verdadeiro lobo do mar, a ele pertencer, merece minimamente um mês de sol por cada borrasca vencida.
Que escorra o grogue, rumem a terra mais próxima e entreguem-se aos prazeres carnais... todos vós deram seu contributo e merecem uma recompensa e a sensação que vivemos para algo... para não nos entregarmos à morte como se espera em cada borrasca temos de sentir que vivemos, que existe um propósito superior e que a nossa existência não parte apenas por cavalgarmos as ondas do mar e comermos seu alimento, que não parte apenas pelos sonhos que ninguém partilha e as mulheres que nunca mais vão ver... a nossa existência faz-se disso mesmo, de momentos em que vencemos a morte, em que ultrapassámos todos os nossos medos, em que conquistámos as nossas reacções e o nosso ser na totalidade. Enjoy....!

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...