domingo, 10 de maio de 2020

O cheiro a whiskey...
O fumo no quarto...
O som do piano que toca no teu telemóvel...
E a porta que bate atrás de mim.
O passo é certo e na tua direção...
O casaco ficou no chão perto da porta,
E a t-shirt já saiu...
Já não sei se é o teu perfume,
Se o cheiro do tabaco misturado...
Na minha mente imagens dos meus dentes no teu pescoço,
Enquanto caminho já com o cinto na mão...
E tu mandas o fumo para fora,
Enquanto amparas a minha rude chegada nesses lábios.
Aumenta o som! Enquanto ofego perto do teu ouvido...
Hoje vamos fazer barulho... vamos partir esta merda toda!

Como poderia ela saber?
Tinha aceite uma sentença de morte com ações irresponsáveis,
Anos jogados fora no subcrime e jogadas duvidosas...
Amigos errados e noites de décadas levaram à consequência em que me encontro.
Onde não me encontro...
A noite foi demorada e intensa... o telemóvel não teve volume para conter,
Nós também não quisemos saber...
No meio do fumo, do whiskey e do foder...
Espero que ela não queira saber muito de mim...
Espero poder condenar a minha própria vida sem ressentimentos ou culpas...
Mas sei que não é assim,
Que as energias se agarram e se habituam e desejam...
Mas carregam com isso consequência...
Peso inglório e indesejado em alguém que não quer nada... querendo tudo!

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