sexta-feira, 8 de maio de 2020


Deixa-me mergulhar em ti,
De uma forma que nunca mais me afaste...
Já passou tanto tempo para sentir o teu sal,
E as gotas que me cegam nas nossas brincadeiras,
São agora desejadas, ansiadas e saudosas...
Baixas-me a temperatura de manhã e aqueces à noite...
Como carregas em ti toda a vida...
E é sempre na tua companhia que vejo os melhores nascer do sol...
Anseio andar contigo pelos calcanhares,
Sem olhar para o relógio,
Sem sentir a clepsidra a puxar-me para outro sítio...
Quantas vezes já aceitaste o meu choro de saudade,
De falta de amor ou de amor a mais pela pessoa errada?
Foste sempre confidente mesmo sendo parte de mim...
E eu sinto a tua ausência...
Preciso do teu beijo salgado para ser algo...
Preciso das tuas massagens nas minhas solas,
As tuas carícias na minha pele,
A tua leveza em mim...
E a sensação que nunca te farei mal gratuitamente...
Que sempre tive...
Enterrar os pés na tua amante quente,
Fugir para ti numa corrida para refrescar-me...
Afinal que somos nós senão amantes daquilo que queremos para sempre manter?
Quero um mergulho para me abraçares logo de uma vez...
E ficar lá em baixo até não suster mais a respiração,
Quero deixar que a pele dos dedos se enrugue...
Que o meu corpo pense que é naquelas condições para as quais tem de evoluir...
Porque não me quero afastar novamente tanto tempo de ti...

És porto de abrigo em tempestade,
Casa forte deste coração...
E mesmo quando não haja vontade,
Não deixas de ser tentação.
És salgada e isso vê-se em mim...
És alimento e petisco também...
Relação que não vai ter fim,
Pois eu não vivo sem.

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