sábado, 9 de maio de 2020


O vinho demora-se na ponta dos teus lábios,
Convidativo, chama por mim...
O cheiro das velas aproxima-nos.
E eu sinto que tenho vida enfim...
O pulsar deste coração parece agora um metrónomo...
E a vida que julgava desaparecida,
Aparece num sorriso de cumplicidade e sintonia.
Os movimentos quase se tornam autónomos,
Enquanto relembro o quanto morria...
Neste beijo que se prolonga,
E me preenche de amor e desejo...
Recordo quanta terra já estava por cima de mim...
Das pessoas a olharem cabisbaixas para a madeira.
Até ver o meu reflexo em ti...
E este espiríto rebentar tudo o que estava à beira...
De acordo com as expectativas não era eu o importante...
Não era eu a felicidade!
Mas que seja sempre eu a comandar o rumo deste navio...
Sem nunca perder perspectiva...
Senão a luz perde o seu pavio,
E a lua deixa de ser a minha amante altiva...
Que o ponto de partida deste ser,
Nunca queira começar noutro nem noutro acabar...
Que seja o início da luz e tudo o que vier para ter,
Uma forma de viver e saber um dia amar...

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