quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tenho areia na cara...
O sol, já ausente, iluminou o dia...
Senti a água no seu estado natural,
Mergulhei e inspirei o seu sal...

Cansado,
Mas apenas de sorrir...
Levo daqui apenas recordações ao partir...
Com as partilhas de felicidade,
Rejuvenesci e perdi alguma idade.

Estive de férias é verdade,
E nada sabe da mesma forma,
Mas já batendo alguma saudade,
Não ambiciono essa tal de reforma...

E são rugas sim...
Carrego-as com orgulho e determinação,
Serão de rir, chorar ou viver?
Ou serão deste peso que carrego no coração?
De sentir que não viver é morrer...

Deambulo pelas noites,
Por vezes sozinho, por assim o desejar...
Da skate nos pés, sinto o vento a me abraçar...
Corro ruelas e pequenos bares,
Perco-me para me encontrares...

Mas de que serve o desejar,
Quando ninguém o pode mascarar,
E a máscara que colocas na tua bela face...
Não esconde nada, não é disfarce!

É perdido onde me encontrei,
É esquecer tudo o que sonhei,
É acordar para o que me espera,
Trabalhar, trabalhar que nem uma fera...

É para viver assim, em sociedade,
Uma reclusão de ideais, uma vida em cidade...
Quando tudo o que acreditámos enquanto novos,
Foi dissipado e esquecido enquanto nos chamavam de loucos...

Em breve voltarei ao que me espera,
Horários manhosos e turnos incertos.
Vai tudo dar na mesma esfera,
Presos, com idéia de estarem libertos!!!

1 comentário:

  1. Nessa rotina exasperada, destapo a neblina que te esconde e, suavemente te apago, na ausência que construiste... ainda assim com saudades...

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I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...