terça-feira, 31 de julho de 2018

start...? Over!... start over?

Acordei a respirar o teu aroma natural,
Mas depressa me dei conta que a cama não era nossa.
Que o quarto onde estava era tudo menos normal,
E que me doía tudo como se levasse grande coça.
Maior era a dor de não te ver por perto,
Mas os músculos ardiam como se tivesse corrido...
E alma ausente deste corpo partido,
Mostraram a tua partida como certo.

Levantei-me para contrariar,
O corpo que ainda busca teu cheiro.
E decidi ir correr para variar,
Naquela corrida perto do ribeiro.
Aumentei o som da música,
Corri o mais que pude...
Deixei a alma na partida,
A desejar que algo mude.

Quando voltei para a apanhar,
Desgastado de ir a fugir...
Já a encontrei a contemplar,
O futuro e tudo o que possa vir.
Com um sorriso na cara,
Um brilho no olhar...
Uma calma que ninguém pára,
E muita vontade de agarrar.

Vou tentar repudiar este cheiro,
Que me remete para saudade e tristeza...
É este meu sentimento verdadeiro,
E não o digo com nenhuma leveza.
Gostava de sentir que não houve mais para dar,
Mas houve e muito ficou por dizer...
Mais uma vez ficou provado que não sei amar,
Mas ainda tenho tempo para aprender.

Por ora fico aqui indisponível,
Sem desejar que nada aconteça...
Serei eu de baixo nível?
Ou amar é história que recomeça?
Se assim é haverá alguém específico?
Ou isto é tipo a lotaria?
Como disse aqui fico...?
Ou vou já a correr à papelaria?

domingo, 29 de julho de 2018

A tinta começa a ficar velha,
E o desejo de renovar aparece...
Quase como o valor a uma bela sela,
É um reviver que não se esquece.
Desejo por vezes imposto pelas condições,
Em paredes que precisam de obras profundas...
Agitam-se assim as fundações,
Desta casa de boas famílias oriundas.
E a tinta aplicada sobre a velha cor,
Que na primeira camada nem desaparece.
Foi na cor daquele pano de fundo o meu amor,
Tantas vezes mostrado o meu interesse.
Até pensar nisso magoa e aflige,
Mas a mudança vai chegar.
Pior sou eu com a dor que a mim inflijo,
Por ainda nisto perder tempo e pensar.
Fosse só eu a morar nesta minha casa,
Mas carrego cá dentro tantos outros que merecem o sorriso.
Não me sinto jovem em quente brasa,
Mas de ver o bem nos outros preciso.
Por isso vou correr agora novamente,
Com a musica que me enche o peito quando aperta...
Correrei até não te sentir mais presente,
Nem que me leve a parte incerta.
Devagar...
Vai mais devagar ainda...
Como se o tempo não estivesse a contar,
Como se todos os outros indivíduos tivessem sido congelados.
Devagar...
Deixa o contacto ser sentido,
Dá tempo para nos arrepiarmos um no outro...
Deixa o teu sabor na minha boca, na minha pele.
Tão devagar que os teus olhos e os meus,
Fazem uma dança de sedução e sensualidade.
Tão devagar que o tempo não vai conseguir apagar.
Devagar o suficiente para agradecer o momento que te vi pela primeira vez...
Devagar o suficiente para te sentir a entrares debaixo da minha pele e dentro do meu peito.
Mas devagar não foi lento o suficiente...
E o instante não durou.
Para sempre acabou rápido demais,
A velhice que vimos juntos foi-nos roubada por acções pouco pensadas,
Por inseguranças alheias e objectivos infundados que não eram nossos...
Por atitudes doutros que se viram reflectidas em nós.
E assim dissolveste o nosso amor...
Sem conversa, sem esclarecimentos,
Sem respeito ou consideração...
Sem pensar... sem amar...
Nesta forma tão pouco devagar encerraste o capitulo,
E eu que lentamente me levanto do que ficou...
Começo a encarar o futuro...
E mesmo carregando o interior escuro...
Carrego a chama do querer,
Um espírito carregado de cicatrizes,
Mas muita vontade de viver.
Em breve olharei para tudo isto como se nem tivesse sido comigo...
Mais uma lição árdua e penosa.
Para esta alma sem abrigo.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Devagar mas num ritmos estável,
Construo aquele castelo que há uns tempo foi abaixo.
É um sonho quase palpável...
Depois de tanto tempo com as paredes em baixo.
É nas suas muralhas que estavam as fotografias,
Tanto no lado de dentro como do lado de fora.
O amor era tanto que tinha que o mostrar a toda a gente, todos os dias...
E a tua beleza era e é para mim ainda o que me cora...
Não consigo entender o que andaste a fazer...
Enquanto eu me mostrei sem filtros e sem máscaras.
És alguém que não consigo reconhecer,
E que deixou em mim grandes escaras.
Estupidamente não consigo evitar me lembrar,
Os doces acordares, a Carolina a saltar para a cama...
Eu que me levantava para te ajudar e a levar,
De onde surgiu tamanho trama?
Que fiz eu para me destruíres os sonhos conjuntos?
Construídos por ambos em desejos profundos...
Ou pelo menos assim o fizeste parecer,
E hoje apercebo-me que nunca me quiseste manter...
Que usaste o que achavas que devias e podias,
Alteraste tudo o que conseguiste em mim...
E assim foi numa ilusão muitos dos meus dias,
Ilusão que terminou enfim...

Mesmo que ainda te procure,
Mesmo que te deseje...
Não me vou mais anular,
E aprendi a minha lição...
O amor nunca é amor que dure...
E aquele beijo...
Serviu apenas para me enganar...
A mim e a este coração.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Fui a uma festa,
Voltei mesmo agora...
E sendo o que resta,
Tive de me vir embora...
No meio da multidão e do som,
Procurei esses traços...
Esse olhar bom,
Nas tantas outras faces.
Estava com amigos...
Todos estavam bem a beber.
Que despercebidos,
Não notaram este ser...
Notaram e falaram,
Mas nestas alturas assim...
Queremos coisas que amparam,
Senão ambicionamos o fim.
O álcool estava presente,
Mas eu nada quis dele...
Com o meu espírito ausente,
Apenas sol na minha pele.
A água que me chama sempre,
Olhou de lado e respondi igual.
Deve ter sentido a depre,
Até a alma está a doer, está mal!
Rapidamente me levanto e saio...
No caminho para o elevador penso,
Já não importa como caio...
O importante é que sou eu que venço!
Fico comigo em sintonia,
E desconsidero desejos alheios...
Começo a vislumbrar a alegria,
Possível por outros meios.

Fui correr,
Fui correr para expirar,
Para inspirar novos começos...
E mudar...
Temos receio da mudança...
Como povo ignorante.
Pois como o tempo avança,
Há pessoas mais avante...
Mas ela vem de qualquer maneira,
Umas vezes forte outras nem tanto.
Como uma brincadeira,
Adaptamo-nos sem alento...
De que vai ser assim sempre,
Sem controle algum...
E mesmo que alma tente,
Não resta nem dois nem um,
Tudo o que foi vai voltar,
Quando menos esperarmos...
Bocas de sino agora estão a faltar,
Aposto que ainda as vemos.
Mas os amores são para destruir,
Senão são eles que nos minam o futuro,
Avançar a olhar para um passado a ruir...?
Não vale a pena, serás impuro!

Viramos o interior para fora,
Mudamos com intenção...
Mas depois metade vai-se embora,
Ficam os pedaços no chão...
Como um caco sinto-me sem propósito,
Quando já fui Uno...
E assim agora deposito...
Fé nessa mudança seu gatuno.
Foste a força da desilusão,
Por conseguires tal afastamento.
Fiquei a segurar o coração na mão,
E perpetua-se na minha mente esse momento.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Já chega de dar...

Sou alma que não conhece o mal,
Sou reflexo da falta de importância material...
Dou sem pensar sequer em receber,
Mas não sei porquê não consigo esquecer...
Como de livre vontade dou e gosto de dar,
Há algumas pessoas a aproveitar...
Eu, idiota por acreditar na bondade,
Não procuro razões nem justificações de idade.
Abria o peito e deixava quem amava servir-se,
Até que houve alguém que tirou tudo e ficou a rir-se...
O peito já não anda cheio,
Sem valor, sem vontade, sinto-me feio...
Contrario o que a minha mente me obriga...
Essa tua imagem que me fustiga.
E levanto a cabeça sem direcção...
Obrigando-me a fugir do chão.
Dizem que não tenho desejos grandes,
Mas eu tenho desejos gigantes...
Enquanto vocês querem é viajar e gastar,
Sou ser que procuro amar e acarinhar.
O conhecimento do sitio onde estamos é relevante,
Mas se apenas vivemos uma vez, amar é mais importante!
Acordar com um sonho, olhar para o lado e sorrir,
Pois não há nada melhor na vida que o que está para vir...
Aquele amor que dói na distância,
Ou apenas sentir numa hora a tua ausência...
Vou continuar a tentar melhorar no interior,
Agora que cada vez mais conheço a dor...
É na volta o que preciso, abraçar esta dor e ensinar,
Que a vida não é para amar...

Vamos levantar paredes....

A faca já entrou,
Já não dá para voltar atrás...
Como se esperava já sangrou,
Pois é isso que o amor faz...

Agora aqui deitado no chão,
Ainda na esperança que voltes...
Apanho os pedaços do meu coração,
Que ainda palpitam soltos.

Mas o peito está escancarado,
Cada vez que os encaixo...
Cai cada um para o seu lado.
Nem consigo sair daqui de baixo.

O chão é apenas uma passagem,
Já que a respiração há-de parar...
E começo a ver a miragem,
Da porta abrir e tu a chegar...

Que venha já o final que anseio...
Apressa-te tempo para me levares.
Pois não houve pessoa que veio,
Impedir a faca que meti de me matares...

Sei que te culpo a ti,
E eu fico isente de culpa pensas tu.
Verdade foi tudo o que eu senti,
Nunca me disfarcei ao contrário de ti, estava nu.

Anulei quem era em milhões de maneiras,
Aceitei programas de família que não eram meus...
Gastei mais que tu em todas estas feiras,
Fui a todas, até as de família dos teus.

Devido ao que se passou,
Criei um muro bem mais grosso à minha volta...
Sei que o tempo não voltou,
Mas não entra mais nenhuma à solta!

Que se foda o amor e a cumplicidade,
Para quê abrir as portas de casa para entrar violência?
Já não tenho paciência nem vontade...
Prefiro que o amor mantenha a sua ausência!


terça-feira, 10 de julho de 2018

Como o tempo teima em persistir...
O peito aberto com um bater pálido,
Insiste em me manter vivo...
Mas a vontade é forte, o desejo real...
A forma como as minhas mãos tremem,
As lágrimas que escorrem...
Sem propósito, não me levanto...
Os lençóis manchados do sal das lágrimas estão duros...
Mais duros que o meu espírito encarquilhado e triste.
Lembro-me de ti pai,
Das vezes todas que me disseste que eu é que era tudo...
Nunca acreditei em ti...
Acho que continuo a tentar mas...
Se mais ninguém acredita nisso,
Como poderá ser verdade..?

Há pessoas que me rodeiam num bater de sensações,
Há pessoas que se acham remédio para males,
Mas quem sou eu para ser diagnosticado por quem não me conhece?
Quem diz que preciso de alguém que não eu próprio...?
Eu! Apenas eu...

Aprende de uma vez a caíres para não doer tanto quando te levantas Mike...

I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...