terça-feira, 10 de junho de 2014

De que falar da vida?
Do amor, do tempo, da saudade, da dor?
De que falar da vida?
Do tempo perdido, escolhido, esquecido, vivido?

Escolhemos tantas vezes olhar para trás que nos esquecemos de olhar para a frente...
Mas de que servem as escolhas tomadas, erradas, alteradas, perdidas, arrependidas?
Escolhemos relembrar um passado em que fomos felizes e pensamos que é presente...
Mas num mundo idilico, somos reflexo do passado, de vidas sentidas, colhidas...

As questões a que nos colocamos,
São pertinentes e constantes em mentes conscientes...
E mesmo quando com elas nos deitamos,
Ao acordar não deixam de ser menos presentes.

Cada dia com estas questões me interrogo,
Talvez com intuito de me conhecer melhor...
Se talvez com alguém pudesse ter este diálogo,
Poderia-o fazer sem deixar que as palavras saissem de cor?

Pois na nossa mente somos aquilo que pensamos,
Mas poucas vezes somos (na nossa mente) aquilo que fazemos...
E ao escolher o curso de água que nos alimente a alma...
Poucas vezes vamos pé ante pé a tentar manter a calma...

Mas se a alma sente e o coração está nesse sentimento presente,
Deveremos resguardar a dor ou salvar um pedaço ausente?
Para nos defendermos de algo que pode infligir essa mágoa...?
Ou deveremos abrir o peito e entregar a rasa tábua?

Os defeitos do passado apenas condicionam atitudes,
Pois se estivermos à espreita que eles voltem a assombrar...
Depressa surgem defeitos em vez de virtudes,
Pois nenhuma pessoa ou relação se pode alguma vez comparar.

E a perca de quem é relevante?
A dor que isso carrega e em nós se alberga...
Como perder alguém mesmo importante...
E voltar a querer ter essa entrega.

Sabemos que não é algo fácil se racional,
Mas como impedir o lado emocional..?
Quando tanto se quer que dói o impedir,
Quando ausente da tua presença nem consigo rir...?

Não se prende o que se sente...
Pois como um sábio uma vez me disse,
Só se vive uma vez meu filho, tem isso presente,
Em tudo o que faças, usa o teu amor, quebra o enguiço!

1 comentário:

  1. Li este texto no outro dia e hoje, ao ler-te, veio-me à memória... De um pai para duas filhas, fica o excerto:

    "....Por muito que aprendam e por muito que a vossa inteligência emocional se desenvolva, vocês vão voltar a fazer, uma e outra vez, as mesmas coisas que garantiram que jamais repetiriam. Passem os anos que passarem, vão voltar a sentir as mes­mas coisas, com a mesma intensidade, como se fosse a segunda vez (a primeira é diferente). Graças à vossa experiência, ao con­tacto com outras pessoas e a al­guma psicoterapia pelo meio, pode até ser que desenvol­vam boas técnicas para lidar com emoções. Mas, mesmo perante estímulos diferentes, vocês terão reações semelhan­tes. Até perante pessoas diferen­tes, que vos tratem de ma­neira diferente, em di­ferentes momentos, vocês reagirão da mesma forma....
    .....Se nada disto acontecer, não há problema. Não fizeram nada de errado. São ape­nas vocês que são so­bredotadas emocio­nais. Deus vos livre disso."

    Posso até crer e querer que seja diferente disto, mas julgo que não!

    E olha, não era mentira! ;)

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I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...