sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mais uma noite que se desenrola,
Para mim suave como veludo...
Há quem se vá distrair com a bola,
Eu prefiro perder-me num afagar mudo.
Passar teu corpo em doces beijos,
Nesta voz que não contém seus desejos...
Arrepiar-me como se não houvesse nada,
E sussurrar-te em voz alterada...
"Sabes que te procuro em cada esquina?"
"Que tento respirar o ar que expeles?"
"Que esse teu cheiro me enlouquece e alucina?"
"E que até adoro quando me repeles?"
"Que se fosse maior e bonito como Deus..."
"Para nunca te dizer, nunca permitiria o adeus?"

Não espero respostas pois de nada me servem...
São apenas palavras colocadas umas a seguir às outras.
Sei que com as tuas as minhas mãos tremem...
E que na minha boca as palavras ficam soltas.
Poderias tu dizer:
"Pois tudo se iniciou tão depressa..."
"Nem sei que pensar ou querer..."
"Mas sinceramente nem interessa..."
"Pois também tu me fazes tremer."

Mas de que interessam todas essas palavras?
E o porquê de as teres colocado nessa sequência?
São mais que palavras perdidas, são escravas!
E andam rodopiando nesta minha demência...

Não te sei explicar o como nem o porquê...
Mas elas forçam sua saida abruptamente em qualquer instância...
Será que é a alma que de vez em quando vê...?
Ou que sente demais essa tua ausência?


2 comentários:

  1. Porquê as aspas na primeira estrofe (são dela)? Últimos 2 versos da 1ª estrofe precisam de trabalho. O verso 1 e 2 da segunda estrofe precisa de um jeito. Verso quinto da segunda estrofe retirava. O restante está perfeito.
    Está óptimo mas pode ser melhorado. Parabéns.
    Os versos que refiro têm alguma figuras pesadas. Anáfora: "nunca nunca."
    e "...nada me servem"

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  2. Se fossem de alguém as aspas seriam minhas!
    Assim como tudo o que escrevo, apenas na minha cabeça se processam estas emoções e palavras... Nunca de algo que foi realmente dito... ;-)

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I feel the ropes of the ship tightening as the wind picks up... The boards crank and moan as if they had something to say, As the silence ar...