domingo, 12 de fevereiro de 2012

Como o mar a retroceder da areia que molhou,
Como o doce vento deixa de soprar sobre as searas,
Foi assim que o meu amor me deixou,
E assassinou as minhas singelas manias e taras.

Podia dizer que foi de repente,
Mas seguramente que exagerava...
O momento já não está bem presente,
Esse triste acontecimento, por mim não lembrava.

Gravado a ferro e fogo,
Conheço-lhe os detalhes mais intimos,
Os pormenores sórdidos,
As amarguras que ainda residem na lingua...

E prossigo na travessia,
Que vislumbra no seu final o brilho,
A miragem que pode se revelar,
Na luz que paira entre a areia e o ar...
De inicio não acreditava ser possivel...
Tendo as palmas dos pés a arder,
Mas forcei e acelerei o passo,
Com o Sol e um pau fiz o traço,
Pelo qual guiei o meu caminho original...
Com o final do percurso no horizonte,
Baixei a cabeça e obriguei-me a subir o monte,
Mas parece que tudo o que diziam era verdade...
E assim valeu a viagem,
Passei fome e passei sede, mas o que me matava era a saudade,
Agora quero mais é beber e comer, já que a saudade não me traz bondade.

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