quarta-feira, 9 de julho de 2014

Antecipando a bonança,
Atravesso a borrasca...
Continua a esperança,
No marinheiro que se enfrasca.

Timoneiro de parca fé,
Contra ondas de tremelga...
Mal se aguenta em pé,
Mas seu espirito não verga.

As vagas amontoam-se,
Na proa que mal se vê...
Quando marinheiros afogam-se,
Ninguém sabe bem porquê.

No bater que se pensava...
Cujo casco não aguentava...
Há um ritmo que se impõem,
Do passado que já foi...

Agora levanto a cabeça...
E aguardo que a mesma esqueça.
Todas as vagas onde me perdi,
E tudo o que senti e vi.

No horizonte lá ao fundo,
Esconde-se um futuro incerto...
Mas também no mar profundo,
Que está aqui bem perto.

Sorrio num esgar confuso,
Sem saber para onde virar o leme...
Contra as vagas a proa abuso,
Neste corpo que nada teme.

E avanço em tua direcção...
Cavalgando este mar infinito.
Levo na proa meu coração,
Neste mar que já foi bonito.

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