quinta-feira, 24 de maio de 2012

Foram longos os dias,
Em que o sal me tomava...
Em águas profundas,
Até minha pele me saltava...
Por fim no horizonte vislumbrei,
Um pequeno grão de areia na distância...
E assim bem devagar lá cheguei.
Com o galopar das ondas no casco,
E a expectativa de terra firme pisar...
Vazei tudo o que tinha neste frasco,
Com intensa vontade de me animar.
Mas as ondas fustigavam esta terra,
E o desembarque revelou-se complicado...
Com promessas de pomares na sua serra,
E um ribeiro de água doce movimentado...
Ainda se perderam dois botes na rocha...
Nem nos apercebemos bem como foi...
Ouvimos um estrondo alto como trovão na pedra do "olho de boi",
Já do "rabo de peixe",apenas vimos o apagar da tocha.
Na areia contamos menos 3 amigos,
Reclamados pelo mar, seus corpos perdidos...
Mas recompensados por o chão não oscilar...
Recuperamos o folego ou tentamos recuperar...
Deitados na areia a vomitar o nosso mar...
Desejando profundamente nunca mais voltar.

Agora que já temos o peito seco e o orgulho reposto,
Olhamos uns para os outros e escondemos o medo do rosto...
Ainda nos falta aventurar,
E nesta selva profunda entrar e explorar.
Coube-nos a nós encher os cantis de água fresca,
Algumas peças de fruta e com sorte carne acabada de sucumbir...
Juntamos, cada um a força que nos resta,
E olhamos para a montanha que temos de subir.
Enfrentamos juntos tudo o que possa surgir...
Ignoramos tudo, onde cada passo custa mais do que temos...
E nem quando o povo hostil começamos a ouvir,
Galopante seu ruido e brutos no seu grito, não nos demovemos.




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