Devagar...
Vai mais devagar ainda...
Como se o tempo não estivesse a contar,
Como se todos os outros indivíduos tivessem sido congelados.
Devagar...
Deixa o contacto ser sentido,
Dá tempo para nos arrepiarmos um no outro...
Deixa o teu sabor na minha boca, na minha pele.
Tão devagar que os teus olhos e os meus,
Fazem uma dança de sedução e sensualidade.
Tão devagar que o tempo não vai conseguir apagar.
Devagar o suficiente para agradecer o momento que te vi pela primeira vez...
Devagar o suficiente para te sentir a entrares debaixo da minha pele e dentro do meu peito.
Mas devagar não foi lento o suficiente...
E o instante não durou.
Para sempre acabou rápido demais,
A velhice que vimos juntos foi-nos roubada por acções pouco pensadas,
Por inseguranças alheias e objectivos infundados que não eram nossos...
Por atitudes doutros que se viram reflectidas em nós.
E assim dissolveste o nosso amor...
Sem conversa, sem esclarecimentos,
Sem respeito ou consideração...
Sem pensar... sem amar...
Nesta forma tão pouco devagar encerraste o capitulo,
E eu que lentamente me levanto do que ficou...
Começo a encarar o futuro...
E mesmo carregando o interior escuro...
Carrego a chama do querer,
Um espírito carregado de cicatrizes,
Mas muita vontade de viver.
Em breve olharei para tudo isto como se nem tivesse sido comigo...
Mais uma lição árdua e penosa.
Para esta alma sem abrigo.
domingo, 29 de julho de 2018
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