sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Hoje em silêncio,
Quando antes havia som...
Caminhei pé ante pé...
Pelos montes da minha vida,
Pisei as silvas e estevas.
E levantei sempre a cabeça...
De tanto caminhar pelos meus montes,
Avistei o mar e sua beleza.
Lá ao longe parecia o calor fazer pontes,
E pensei que havia de ser de sua leveza...
Mas o calor também por aqui anda,
Os medronhos não me deixam mentir.
Lá em baixo na varanda...
Consigo enxergar-te a sorrir...
Recebemos o sol no seu esplendor,
E agradecemos pela sua visita.
É como o sol o nosso amor,
Até a distância um do outro irrita.
As pontes à distância não desvanecem...
E o sol continua a aquecer.
Agora só com o por do sol é que desvanecem...
Não queres cá vir comigo ver...?

O silêncio nunca o é...
Num terreno como o meu...
Pois neste terreno há fé...
Que queiras que seja teu.
Os pássaros anunciam o raiar,
E eu digo-te o quanto te quero amar.
Neste dia solarento de Novembro,
É assim que te lembro...!

Já me habituei a estar sozinho,
Ou pelo menos assim quero pensar.
A verdade é que sem ti definho...
E são estas letras que ficam a me amparar.
Mas quando sozinho estou...
Habitas meu coração...
Não sei que fazer ou para onde vou,
Ou como lidar com esta sensação...
Sou como tartaruga sem carapaça,
Sou alma morta que disfarça...
Saco vazio que ao vento voa...
Sem próposito nem direcção boa.

Continuo a procurar em mim as respostas,
Continuo a introspecção a que obriga.
Mas minha cabeça dá tantas e tantas voltas...
Que nem eu sei já que diga.
Quanto mais olho para mim mais vejo para trás.
Quanto mais me leio mais sinto tua presença.
E bem sei o mal que esta história me faz...
Pois só eu sinto o peso desta sentença.
Mas como não posso correr atrás da felicidade?
E de que realmente importa o que se fez no passado?
Querem ver que há aqui um limite de idade...
Num corpo ainda novo mas bem conturbado.



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