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2018
O desejo de me agarrar à garrafa é forte hoje...
O corpo treme pela fraqueza que sente.
Apesar de estar uma luz ofuscante que foge...
É o negro a cor presente.
Deixo de me sentir como espécie dominante,
O medo instala-se...
E do tamanho de um grão de areia...
Olho para cima para ver a pisadela.
A que me deixa com um longo caminho a subir...
A que me mostra que não é a confidência o caminho.
A noite foi tão clara como este dia está a ser,
O corpo dorido, o espírito vencido e o sono a não vir...
As circunstâncias são tais que nem sei que fazer,
Nem vontade de falar com alguém ou rir.
As perguntas que se juntam num turbilhão,
Não me conseguem dar clarividência...
Também não ajudam o meu coração...
A ultrapassar esta experiência.
E como os minutos magoam,
E os segundos custam a passar...
Os pássaros da mão nos voam,
E ficamos com nada para mostrar.
A facilidade de mudança de perspectiva de que me gabo,
De nada me serviu de preparação.
Vi agora que deixei destapado o rabo,
Em seguir os desejos deste cabrão.
quarta-feira, 25 de março de 2020
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