domingo, 21 de julho de 2019

Nunca mais se sente o mesmo...

Na efemeridade da vida passamos por muitos vales, montanhas e rios... o que de certa forma marca o caminho que tomamos e as decisões com as consequentes repercussões. Não todas boas escolhas nem são todas premeditadas, mas são as que tomamos e com as quais teremos de lidar mais cedo ou mais tarde... porque no final todo o que fazemos fica essencialmente para cada um de nós.
Estas escolhas vão-nos dar um traquejo enorme para conseguirmos aceitar as coisas que não podemos mudar... mas mesmo assim vão haver muitas escolhas difíceis de tomar, muitos percursos cheios de obstáculos e dificuldades, há de haver a altura em que nos sentamos com a nossa alma e decidimos se vale a pena ou não as escolhas que andamos a tomar e escolhemos melhores percursos.

O coração vai ficando frio consoante se envelhece... a alma dura vai criando uma carapaça impenetrável onde algumas pessoas têm livre acesso enquanto que maior parte do mundo exterior fica aí mesmo... no exterior!

As questões amontoam-se em fila indiana na minha mente e as respostas apenas levam a mais perguntas e quanto mais sei, menos quero saber e descobrir, menos prefiro conhecer e resignar-me a uma pseudo-ignorância que me acalma o espírito.

Já não vinha escrever há tanto tempo que a lírica se perdeu, as palavras escorrem até às pontas dos meus dedos como se nem fossem chamadas e depressa se deitam nesta folha de papel electrónica que está sempre pronta para receber todas as minhas confissões com ou sem lógica.


Acordei sem saber bem o que quero,
E sem vontade saí da cama...
Sem objectivo quase desespero,
E ignoro quem todos os dias me chama.
Não por mal ou vingança,
Sou um espectro do que já me senti...
Talvez ambicione uma mudança,
Uma réstia do que já vivi?

E em cada dia que passa luto para me manter,
A sorrir sem me perder,
A viver sem realmente viver...
Será nas minhas provações que me sinto inteiro?
Quando luto contra tudo e todos para me manter verdadeiro?
Certo é que nem parece que vivo ultimamente,
E me sinto assim demasiado dormente...
Será altura de mudar de hábitos ou de indivíduos?
Ou serei eu que não presto já com estes resíduos?


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