quarta-feira, 8 de agosto de 2018

O céu está cheio de cinza escura...
O fogo arde mas não se vê daqui.
Já chega desta batalha que perdura...
É a nossa terra que arde assim.

Fruto de vis actos do homem...
E dos pseudo benefícios económicos.
Não importa quantos euros tomem,
Na frescura dos seus gins tónicos.

O que importa é ter o bolso cheio,
E andar em grande cenário.
Sendo que o azar é em terreno alheio,
Fruto do meu mal, que sofra o otário!

Arde já há mais de dois dias,
Acima de 21.000 hectares.
Ó Costa, dizias que prevenias...
Não faz mal, há mais para roubares.

Somos nós novamente o povo,
Que segura a lona para vocês não se molharem.
Monchique sê valente de novo...
Reunimos esforços, comida e pomadas para usarem.

Os Algarvios são verdadeira gente,
Até a mim me custa aqui ficar...
Isto sim é gente que sente,
Não é fogo que os vai parar.

Já é de noite quase cerrada,
Quando ainda estava na praia segunda a esta hora.
As sirenes passam de tacada,
Pobres coitados vencidos trazidos do fogo para fora.

Como tenho a alma pesada e triste,
Pelas recordações que ardem na memória.
Salvemos o que ainda existe,
E aprendamos desta vez a história.



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